sábado, 10 de outubro de 2009

III Encontros Internacionais de Guitarra Portuguesa

“ A riqueza de um povo, passando por um leque enorme de vectores e parâmetros, ganha alguma consistência e personalização na correcta descodificação de todo o seu património artístico.”
(Virgílio Caseiro)

A Caixa Geral de Depósitos e a Orquestra Clássica do Centro consideram da maior oportunidade, a realização destes Encontros Internacionais da Guitarra Portuguesa, provavelmente o instrumento musical que melhor se identifica com as raízes culturais da música portuguesa.

A Direcção da “Orquestra Clássica do Centro”, no âmbito do protocolo assinado com a CGD e da apresentação dos “ I e II Encontros Internacionais da Guitarra Portuguesa”, que se realizaram em Coimbra em Outubro de 2007 e de 2008, vem apresentar agora o programa para o ano 2009, pretendendo assim, dar continuidade à problemática da divulgação e valorização do nosso património musical com relevo para a Guitarra e a Música Portuguesas. Propomo-nos apresentar, debater e divulgar, toda esta problemática, quer através de convidados / palestrantes, quer de exposições, quer ainda através de convidados instrumentistas.
Tem sido nossa preocupação a internacionalização da música portuguesa e em particular deste instrumento musical que tanto se identifica com as nossas raízes culturais. Além disso entendemos que no panorama internacional, este instrumento pode ser um verdadeiro embaixador português da genuína personalidade etnomusicológica regional e nacional.

Coimbra, 10, 11,16,17 a 18 de Outubro de 2009

Sábado, 10 de Outubro

17 Horas – Abertura dos encontros.
Apresentação pública do CD “ Minha Alma….és tu”
de autoria de Carlos Pedro, no canto e Paulo Larguesa e Ricardo Dias na viola e guitarra.

Programa:

- Ser poeta num tempo (Carlos Pedro)
- Fado do desalento (Carlos Pedro)
- Canções do sonho (Carlos Pedro / Carlos Pedro, Nuno Cadete, Pedro Anastácio, António Paulo Lopes)
- Balada sem destino (Carlos Pedro)
- Capela da Vitória (Ricardo Dias)
- Vira de estudante (Carlos Pedro / Carlos Pedro e Ricardo Dias)
- Canção dos anjos (Carlos Pedro)
- Ecos de outros tempos (Ricardo Dias)
- Desilusão de um poeta (Carlos Pedro)
- Fado falado (Carlos Pedro)
- Balada para um povo (Carlos Pedro)
- A terra e a água (Ricardo Dias)
- Vira do estudante – versão popular (Carlos Pedro)

Carlos Pedro

Nasceu em Coimbra a 3 de Outubro de 1967, tendo entrado em Engenharia Civil na faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. Em 1990 inicia o estudo do canto de Coimbra na secção de fado da AAC com o monitor Jorge Cravo. Em Setembro desse ano é fundador do grupo de fados de Coimbra “Alma Mater”. Em 1996 é monitor de canto da canção de Coimbra na secção de fado da AAC. Autor, compositor e intérprete de inúmeros temas ligados à canção de Coimbra.
Participou activamente na organização de várias queimas das fitas de Coimbra, onde se destaca a organização da serenata monumental. Tem participado em vários espectáculos em televisão por todo o país e ilhas, bem como digressões ao estrangeiro.

Paulo Larguesa – guitarra clássica

Desde muito jovem tem desenvolvido intensa actividade como “viola” em casas de Fado, quer como solista, quer como acompanhador. Tem com vários grupos quer em espectáculos ao vivo quer em gravações para as quais tem sido solicitado. A sua maneira de acompanhar o fado, com a criatividade e rigor que este estilo exige, tem sido reconhecida pela crítica e comentários bloguistas, considerando-o um guitarrista muito sensível e talentoso, o completo acompanhador do fado de Coimbra. Requisitado por várias casas típicas de Coimbra, assinala a sua presença com a subtileza, o gosto e a perfeição do seu dedilhar.
Nos últimos anos tem participado em vários trabalhos discográficos com diversos artistas de reconhecido renome. Presentemente é professor de Guitarra Clássica e Viola de acompanhamento do Fado de Coimbra na escola dos “Antigos Orfeonistas da Universidade de Coimbra”.

Ricardo Dias – Guitarra de Coimbra

Começa, ainda jovem, a aprendizagem de guitarra portuguesa nas escolas do Chiado em Coimbra com o mestre Jorge Gomes. Dois anos mais tarde, em 1987, frequenta as escolas de música da Tuna Académica e Secção de fado da Associação Académica de Coimbra. Durante um período de três anos, que termina em 1993, pertence ao grupo de fados “Alma Mater”. Um ano mais tarde é professor de guitarra portuguesa nas escolas de música da Secção de Fados e Tuna Académica. Grava o trabalho discográfico “Canção com Lágrimas”um trabalho de Paulo Saraiva onde participam Vitorino, Janita Salomé e António Bernardino. De 1994 a 1999 pertence ao grupo Quarteto de Coimbra. Já em 2000 grava o álbum “Quinteto de Coimbra” e, um ano mais tarde, integra o projecto “Passos da Noite” onde participam entre outros Vitorino e Inês Santos. “Movimentos Perpétuos”, um álbum de homenagem a Carlos Paredes foi outra das suas participações onde grava uma versão do tema Verdes Anos com o grupo Belle Chase Hotel. Frequenta o Conservatório de Música de Coimbra. Em 2005 abre as escolas de fado e guitarra portuguesa – “àCapella” – onde exerce as funções de professor e administrador. Grava o álbum “Coimbra” com o grupo Coimbra ao qual pertence. É também actualmente membro do grupo de fados Coro “Alma de Coimbra”. Lecciona actualmente como professor na Escola de Guitarra, Fado e Canto de Coimbra dos Antigos Orfeonistas da Universidade de Coimbra e na escola da Tuna Académica da Universidade de Coimbra. É autor e compositor de temas como Balada sem destino, Homenagem, Mosaicos, Balada da Lagoa, Cântico da Tormenta entre muitas outras criações e arranjos.

17 Horas - Inauguração da Exposição: A Guitarra e o Canto

Exposição
Concepção / Montagem de exposição: Carlos Serra/Berta Duarte

21H30m – Concerto
Orquestra Clássica do Centro
Solista na Guitarra e no Canto: José Paulo
Maestro: Virgílio Caseiro

1ª Parte

Abertura Clemenza de Tito Mozart
Concerto em Ré M para Guitarra Vivaldi
Allegro / Largo / Allegro
Guitarra Portuguesa: José Paulo

2ª Parte

Fado Hilário A. Hilário/J. Marinho
Caro Mio Ben* Giordani
Largo (Xerxes)* Haendel
Fado (da Suite Portuguesa) Ruy Coelho
Ai Mouraria F. Valério/A Caineta
Fado dos Sonhos F. Valério/J.C. Pinto
Samaritana Arranjo de J. Marinho
Verdes Anos Carlos Paredes
Santa Lúcia* T. Cottrau
Sole Mio* E. di Capua

* Tenor: José Paulo

Domingo, 11 de Outubro

17 H - Rec(o)antar Coimbra
Homenagem a Francisco Martins. O Homem, o Instrumentista, o Autor, o Médico.

Participação:

Grupo de Fados “Capas Negras”

António José Moreira, Manuel Portugal, Tiago Almeida – Guitarra Portuguesa
Nuno Encaranação – Guitarra Clássica
José Filipe Martins – Guitarra , Viola e Piano
José Manuel Rocha – Violino
Eduardo Filipe e Luís Alvelos – Voz

O grupo de fados de Coimbra "Capas Negras" inicia a sua actividade académica na Serenata da Festa das Latas e Imposição de Insígnias do ano de 1989, em Novembro, embora a sua formação seja do inicio do verão de 1989. É de notar que este grupo representa a sequência natural da transição de gerações na canção de Coimbra, já que alguns destes elementos faziam também parte do Grupo Académico de Fados e Canções de Coimbra, grupo este, que estava na viragem
de uma nova época da sua actividade. A formação inicial mantém-se durante cerca de dois anos, sendo presença constante em todos os eventos académicos decorridos nesse período. Desta fase mantém-se ainda hoje António José Moreira, guitarra, que iniciou a sua aprendizagem aos sete anos de idade. Passou pela escola do Chiado em Coimbra e iniciou a sua actividade em grupos de fado aos catorze anos.
No verão de 1990 integra os "Capas Negras" Luís Alvelos, cantor, vindo das escolas da Secção de Fado da Associação Académica de Coimbra (A.A.C.) e do Grupo de Fados Trovas e Vielas de Coimbra, grupo este que representou a Secção de Fado da A.A.C. durante um ano. Desta forma, o grupo vê reforçado o naipe das vozes, com características diferentes e assim alargando o repertório que apresenta nas serenatas realizadas no meio académico e por todo o país.Em virtude de alguns dos elementos do grupo terminarem os seus cursos e se ausentarem da cidade de Coimbra, houve necessidade de assegurar a continuidade do grupo. Assim, no inicio do ano lectivo 1990/91, integra o grupo Nuno Figueiredo (Viola) vindo também ele das escolas da Secção de Fado da A.A.C. e do Grupo de Fados Trovas e Vielas de Coimbra , que se extinguira já nessa altura.
É com esta formação que se apresenta a primeira criação do grupo em forma de balada de despedida do 5º ano de Engenharia Mecânica, da autoria de Nuno Figueiredo e António José Moreira, encerrando a Serenata Monumental de 1991. No verão de 1992 é convidado a integrar o grupo Nuno Miguel Encarnação, que pertencia ao grupo de fados "Tinteto de Coimbra" e frequentava as escolas da Secção de Fado da A.A.C. estava ligado ao Fado de Coimbra desde os seus 15 anos de idade.
Em 1993 os "Capas Negras" apresentam a balada de despedida do 4º ano de Física, da autoria de Jorge Cravo e António José Moreira, tendo o grupo convidado o autor de letra para a apresentação deste tema inédito na Serenata Monumental de 1993, subindo à Sé Velha o grupo com dois cantores.
Em Setembro de 1993 assume-se o inicio da terceira fase deste grupo, com a entrada de Eduardo Jaime Filipe, cantor, vindo do grupo de fados "Alma-Matter" e aluno das escolas da Secção de Fado da A.A.C. É então desde de 1993 que este grupo mantém inalterável esta sua composição actual (um guitarra, um viola e dois cantores). A partir desta altura o grupo faz uma restruturação do seu repertório e estão reunidas as condições para iniciar uma fase de criação dos seus próprios temas, com letras de Luís Alvelos e Eduardo Filipe, musicados por António José Moreira. É assim que surgem temas como Última Luz, Novo Canto, Fado de uma vida, Canção de uma cidade adormecida, entre outros. Todos estes novos temas foram apresentados em estreia nas Serenatas académicas, tendo uma delas sido feita só com temas originais e inéditos deste grupo.
Em 1996, na Serenata Monumental da Queima das Fitas, o grupo apresenta a balada de despedida do 5º ano de Engenharia Electrotécnica e 5º ano de Engenharia Civil, de Luis Alvelos e António J. Moreira, que representa também a despedida dos "Capas Negras" de todas as actividades académicas.
A partir desta altura e até hoje, este grupo apresenta a mesma configuração, ultrapassando todas as dificuldades, mantendo viva a paixão pela Canção de raiz Coimbrã.

Sexta, 16 de Outubro

21h30

“O CANTO DA FLAUTA”.
É um espectáculo que consiste na execução de vários temas que sugerem mais abertamente a característica vocal da flauta de bambú. Com a guitarra portuguesa e a guitarra clássica a flauta “canta” vários fados tradicionais temas da nossa música popular e originais. É esta nossa prestação dedicada à música portuguesa e à nossa maneira de a cantar, só que neste caso esse papel é atribuído a este instrumento tão chegado à voz humana que é a flauta de bambú

Rão Kyao, flautas de bambú
Fernando Silva, guitarra Portuguesa
Carlos Macieira, guitarra clássica

Programa

- Guitarrada
- Confesso (Frederico Valério)
- Dá-me um braço, anda daí (popular)
- Fado Vitória (Joaquim Campos)
- Fado dois tons (popular)
- Fado dos sonhos (Frederico de Brito)
- Que Deus me perdoe (Frederico Valério)
- Fado das canas (Rão Kyao)
- Fado Oásis (Rão Kyao)
- Guitarrada
- Canto da Emigração (José Niza)
- Toada Beirã (Popular / Beira Baixa)
- Fado Mouraria (Popular)
- Malhão De S. Simão (Popular / Minho)

Sábado, 17 de Outubro
16h
“O ensino/aprendizagem da guitarra de Coimbra na tradição oral: A “escola” de Jorge Gomes”

1. A “Escola” de Jorge Gomes: Percurso de vida enquanto Mestre
· Contextualização, em termos da aprendizagem, do período pós-1969;
· Os efeitos da restauração das tradições académicas na aprendizagem da guitarra de Coimbra;
· A importância do ensino na Tuna Académica da Universidade de Coimbra e na Secção de Fado da A.A.C.;
2. A “Escola” de Jorge Gomes: Metodologia adoptada e evolução da mesma
· Identificação do Método de Jorge Gomes;
· O papel do aprendiz na construção da sua própria aprendizagem;
· A importância da contextualização cultural e comunidade de prática na aprendizagem.

Músicos convidados:
Miguel Drago
Luís Oliveira
Bruno Costa
Manual Coroa
Henrique Fraga
Joana (actual aluna das escolas da Secção de Fado da AAC).

Apresentação
Fernando Marques

Nasceu nos Estados Unidos da América, em 1971. Entre 1990 e 1995 frequenta a licenciatura em Sociologia na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. Em 2007, conclui o Mestrado em Ciências da Educação/Psicologia da Educação, tendo apresentado uma tese sobre o ensino aprendizagem da guitarra de Coimbra na tradição oral em comunidades de prática.
Em 1992, inicia a aprendizagem de Guitarra de Coimbra, na Escola de Música da Tuna Académica da Universidade de Coimbra (TAUC), com o Mestre Jorge Gomes. A par da aprendizagem musical forma, no seio da TAUC, o Grupo Canção de Coimbra, passando a apresentar-se com regularidade nos principais eventos académicos, em diversos espectáculos por todo o país e estrangeiro destacando-se as presenças nas digressões a França, Eslováquia e Macau. Em 1999, conclui a sua participação regular em eventos académicos, passando a integrar o grupo Alma Mater. De 1996 a 2005, leccionou guitarra de Coimbra na Escola de Música da TAUC. Sentindo a necessidade de prosseguir a sua aprendizagem musical, em 2002 frequenta o curso livre de Guitarra Portuguesa no Conservatório do Porto com o Professor Paulo Soares, com quem prosseguiu, os seus estudos em Coimbra até 2003. Participou na Homenagem a Edmundo Bettencourt e no Festival José Afonso (integrado num grupo de guitarras de Coimbra). Durante a Coimbra Capital Nacional da Cultura (2003), participa no espectáculo o Primeiro Dia e no Ciclo Afirmações. Em Julho de 2004, enquanto membro do Grupo Canção de Coimbra, vence a primeira edição do prémio Edmundo Bettencourt que teve como resultado a gravação e comercialização do trabalho discográfico “Prospecção”. Em Março de 2005, a convite da Câmara Municipal de Alcochete, dinamiza um workshop sobre a guitarra de Coimbra integrada na iniciativa “A paixão do fado”. Em Dezembro de 2006 e Março de 2007, participa nos workshops “Encontros com a Guitarra Portuguesa” sob a orientação de Pedro Caldeira Cabral. Em Novembro de 2007, participou no "Ambassador’s Concert Series 2007/8" a convite do Instituto Camões e da Embaixada de Portugal em Praga. No mesmo mês, participa no ciclo "Tudo isto é Fado?", integrando o Grupo Canção de Coimbra num espectáculo que contou, igualmente, com a presença da fadista Kátia Guerreiro. Recentemente, em Outubro de 2008, participou como solista nos II Encontros Internacionais de Guitarra Portuguesa. É convidado regularmente para participar, integrado em diversos grupos, em espectáculos realizados em Portugal e no estrangeiro.

Jorge Gomes – Professor, Guitarrista e primeiro responsável pela aprendizagem da guitarra de Coimbra nesta cidade.
Fernando Marques – Guitarrista / Sociólogo

21h30 – “A guitarra Portuguesa encontra o Jazz”
Com Fernando Alvim ( guitarra clássica) e Ricardo Marques ( guitarra portuguesa)

“A Guitarra Portuguesa encontra o Jazz”

Do gosto partilhado pelo jazz deu-se o encontro.
No programa “A Guitarra Portuguesa Encontra o Jazz”, Fernando Alvim e Ricardo Marques estreiam um conjunto de peças originais com influências de Jazz e Bossa Nova, aqui interpretadas à Guitarra e à Viola.
Explorando a beleza tímbrica resultante da fusão destes dois instrumentos, juntam-se ao registo melódico da guitarra de Ricardo Marques e à harmonia e ritmo da viola de Fernando Alvim, melodias de standards de jazz e de Jobim daí resultando o presente trabalho, reflexo da procura partilhada de novas possibilidades estilísticas e expressivas.

Programa:

A Guitarra Portuguesa Encontra o Jazz - Fernando Alvim
My Funny Valentine - Richard Rodgers e Lorenz Hart
Bye-Bye Black Bird - Ray Henderson
Manhã Feliz - Fernando Alvim
Dói - Ricardo Marques
Moonlight in Vermont - Cancioneiro Popular Norte-Americano
Over the Rainbow - Harold Harlen
Garota de Ipanema - António Carlos Jobim
Corcovado - António Carlos Jobim
Insensatez - António Carlos Jobim
Canção de Alcipe - José Eliseu
Canção - Carlos Paredes
Viajando no Comboio - Fernando Alvim
Cubo Mágico - Ricardo Marques
Tenderly - Lawrence / Gross
Satin Doll - Duke Ellington
Improviso Tropical - Fernando Alvim

Fernando Alvim – Viola Dedilhada
Ricardo Marques – Guitarra Portuguesa
Iniciou o estudo de guitarra clássica na sua juventude na Escola de Guitarra do Prof. Duarte Costa em Lisboa, tendo posteriormente frequentado os cursos de guitarra clássica ministrados pelo Prof. Emilio Pujol, no Conservatório Nacional.
Fernando Alvim não se dedica apenas a um género de música. Os seus dons musicais aliados ao seu gosto e interesse por diferentes estilos de música, levam-no a uma diversidade enorme de trabalhos desde o fado ao jazz.
Na década de 50 começa a frequentar assiduamente o Hot Club. Barney Kessel, Jim Hall, Wes Montgomery são, entre outros, alguns dos seus inspiradores.
Interessou-se, também, pela Bossa-Nova divulgando este último estilo em Portugal principalmente através do programa de variedades Nova Onda, que foi emitido quinzenalmente na Emissora Nacional de 1961 a 1963.
De 1959 a 1984 colaborou regularmente com Carlos Paredes, realizando um duo de concerto e criando as harmonias e os acompanhamentos rítmicos das músicas deste guitarrista. Os dois efectuaram concertos pelos cinco continentes e actuaram em prestigiadas salas tais como o Olympia e o Bobino, em Paris; o Teatro da Ópera de Sidney, entre outras. Participou em toda a discografia de Carlos Paredes.
No final da década de 60 e início da década de 70 participou activamente no programa de variedades Zip-Zip tendo colaborado na harmonização das canções a apresentar, na selecção de intérpretes e composto várias músicas para esse programa.
Nos anos 70 constituiu o seu próprio conjunto de guitarras tendo com ele gravado 2 EPs e 1 LP, com peças de sua autoria e de outros compositores e participado em numerosos programas da Emissora Nacional.
Dedicou-se também ao fado gravando inúmeros discos e acompanhando diversos intérpretes como Amália Rodrigues, Luz Sá da Bandeira, Mísia, Carlos do Carmo, Vicente da Câmara e outros.
Além de Carlos Paredes, acompanhou vários guitarristas tais como: Artur Paredes, João Torre do Vale, Pedro Caldeira Cabral, António Luis Gomes, Jaime Santos, José Nunes, José Luis Nobre Costa, António Bessa, Mário Pacheco, António Chainho, Ricardo Rocha, Ricardo Parreira, entre outros.
Realizou variados espectáculos e trabalhos discográficos em áreas musicais distintas com Teresa Paula Brito, Teresa Silva Carvalho, Tony de Matos, José Cid, Manuel Freire, José Carlos Ary dos Santos, José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Vinicius de Moraes, Caetano Veloso, Chico Buarque, Elba Ramalho, Charlie Hayden, Teresa Salgueiro, Filipa Pais, Rão Kyão, entre outros.
Participa em peças de teatro como, por exemplo, as “Bodas de Sangue” de Garcia Llorca encenada por Carlos Avillez e em produções cinematográficas tais como “Os Verdes Anos” e “ Mudar de Vida” realizadas por Paulo Rocha.
Colaborou também com o Grupo de Bailado e Folklore “Verde-Gaio” e com o Ballet Gulbenkien.
Em 7 de Junho de 2005 recebe a medalha de mérito cultural atribuída pela Câmara Municipal de Cascais.
Em 12 de Maio de 2007 é homenageado pela Câmara Municipal do Porto tendo recebido as Armas da Cidade do Porto.
Em 9 de Junho de 2008 recebe a Medalha de Mérito Cultural atribuída pela Câmara Municipal de Constância.
Em 20 de Junho de 2008 recebe a Medalha de Ouro do Município de Ourém

Ricardo Marques – Guitarra Portuguesa

Concluiu em 2007, com notável aproveitamento, o curso de Guitarra Portuguesa do Conservatório Nacional de Lisboa onde estudou sob a orientação do Professor João Torre do Valle.
Tocou na Banda de Jazz do Conservatório Nacional, sob direcção do Maestro Pedro Moreira, e em vários grupos de Música de Câmara do Conservatório Nacional, sob a direcção de Maestro Eli Camargo Júnior.
Guitarrista e compositor, integra ainda o grupo Luangraal, projecto no âmbito do qual tem participado em múltiplos concertos, destacando-se: Concerto no Teatro Ibérico; Concerto no Convento do Beato, Concerto no Museu do Azulejo, transmitido em directo pela Antena 2; e Concerto de reabertura da estação do Rossio.
Integra ainda o trio Post Scriptum, constituído por Guitarra Portuguesa, Viola Dedilhada e Contrabaixo, no âmbito do qual tem vindo a realizar vários concertos, nomeadamente no Teatro da Trindade, no Clube Português de Dusseldorf, no Teatro Nacional D. Maria II, transmitido em directo pela Antena 2 e, mais recentemente, no Centro Ismaelita de Lisboa, no âmbito da cerimónia em honra do Príncipe Aga Kahn.
Integra ainda a Castiço Jazz Band, a qual gravou em Janeiro de 2007 a sua primeira maquete, com o apoio da Sociedade Portuguesa de Autores, tendo participado durante uma semana no programa 5 minutos de Jazz, da Antena1, apresentado por José Duarte.
No âmbito deste último projecto participou no concerto Fado Antigo, Fado Novo, organizado pela fundação Pão de Açúcar na Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa, onde acompanhou também os fadistas Gonçalo da Câmara Pereira e António Noronha.
Como compositor, tem elaborado várias obras para Guitarra Portuguesa, destacando-se a Suite nº1 para Guitarra Portuguesa, As mãos do Mestre, Homem da Guitarra (Família Paredes) e Há Palavras.

Domingo, 18 de Outubro

17 Horas –
Concerto de Enceramento dos Encontros

1ª Parte

- Kanala Auer – Cítara e Guitarra Portuguesa. Músico autríaco vem propor-nos:
“Viagem no Tempo, Paragem nas Sensações”
– Guitarra Portuguesa

1) "Indian circle" Kanala Auer
2) "Joyful ´D´" Kanala Auer
3) " Hya pakhi" Sri Chinmoy
4) "Stairways" Kanala Auer

– Cítara Indiana

1) "I can lift up 240 pounds"
2) "Usha bala elo"
3) "Jharna kala"
4) "Ami habo hya jogi"
5) "Panchajanya"
6) "Sumadhur sure"
7) " Chalo chalo"

2ª Parte

- Filipe Raposo e Miguel Raposo – Guitarra Portuguesa e Viola.

O fado descrito por alguém que, no estrangeiro, o ama e cultiva. Um duo de irmãos que vindos de Bruxelas, nos pretendem mostrar como vivem e sentem o fado, seja ele de Coimbra ou Lisboa, tocado, possivelmente, com um “sotaque” resultante da emigração, mas que nada afecta o som da guitarra tornada Coração.

Programa

Melodia N 2 – Carlos Paredes
Canto de Amor – Carlos Paredes
Dança Palaciana – Carlos Paredes
Acção – Carlos Paredes
Cancão de Alcipe – Afonso Correia Leite
Estudo em Lá – António Pinho Brojo
Canção – Carlos Paredes
Balada de Coimbra – José Eliseu
Valsa de Outros Tempos – Artur Paredes
Procissão – António Ralha
Fado Lopes – José Mário Lopes
Coimbra e o Mondego -Gonçalo Paredes
Capricho em la – Octávio Sérgio
Variações em la – Jorge Xabregas
Valsa do mês de Maio – Eduardo Aroso
Canto de Embalar – Carlos Paredes
Canção da Primavera – Francisco Filipe Martins
Balada da Oliveira –Pedro Caldeira Cabral
Ensaio n3 – Octávio Sérgio
Verdes Anos – Carlos paredes
Escorço sobre o tom de lá - Alvaro Aroso
Divertimento – Carlos Paredes
Variações em ré menor – Artur Paredes

Kanala Auer

Kanala Auer nasceu em 1957 na Áustria . É membro do Arthada & Friends com quem já editou vários álbuns, ( Love, devotion, surrender, Nirvana, Cosmic Dream e Prem Sagare Sea of love divine). É professor de artes em Viena ( Áustria ). Toca guitarra à mais de trinta anos.

Kanala vai realizando concertos de citara, sendo frequente encontrá-lo a tocar no Heart of Joy, um café de Salzburg. Mas as suas performances a solo já o levaram a vários países, tais como a Macedónia, a Bulgária, a Alemanha, aos Estados Unidos da América e a Portugal.
Toca guitarra clássica, guitarra de doze cordas, guitarra portuguesa e citara. Graduado pela Academy of Arts em artes manuais, o intérprete foi continuamente modificando o seu instrumento de modo a expandir os sons intermédios (overtones) criados pela citara. Ao ouvir os álbuns dos Arthada & Friends por ordem cronológica, podemos distinguir a evolução sonora do instrumento. Entre as várias intervenções, podemos distinguir a ponte de Djovari feita de grafite em vez de osso ou o ressonador de cabaço tradicional, que foi substituído por um prato chato, em forma de funil.

Entre as muitas qualidades deste músico, sobressaem; a sua perseguição firme e consistente da espiritualidade, um talento musical excepcional e, as suas improvisações espontâneas e hábeis (improvisações que mantêm um lugar eminente na música indiana).

Filipe Raposo e Miguel Raposo

Philippe e Miguel Raposo, dois irmãos portugueses, estudantes e residentes em Bruxelas, revisitam o repertório de Fado de Coimbra. Para além da tradição, o Duo Raposo descobre esta música, através de composições personalizadas, e peças originais. Interpreta as obras de Gonçalo, Artur e Carlos Paredes, Octávio Sérgio, e António Pinho Brojo entre outros. Philippe e Miguel Raposo actuaram por exemplo no prestigioso “Centre Flagey” de Bruxelles, ao “MuziekPublique”, na Escola Europeia de Bruxelas na Bélgica,....
Philippe Raposo, guitarrista de formação e estudante em musicologia em Bruxelas, proporciona um cunho original no acompanhamento, alargando o painel de expressão da viola. O seu tocar delicado mas potente não obstante, acorda-se bem com a guitarra portuguesa. A sua capacidade a improvisar, permite a pesquisa de diversas pistas melódicas e técnicas, enriquecendo o horizonte musical do estilo de Coimbra.

Miguel Raposo, igualmente guitarrista de formação clássica no Conservatório Superior de Mons, aprendeu a guitarra portuguesa como autodidacta, e estuda o repertório de Coimbra, deslumbrando o espírito da obra de Carlos Paredes assim como a de Octávio Sérgio, seus mestres espirituais desta expressão musical, que é o Fado de Coimbra. Com a sua sensibilidade musical oferece-nos uma viagem virtual através do mundo lusitano, num misto de tradição e modernismo.

Orquestra Clássica do Centro
Em 2001, surge a Orquestra de Câmara de Coimbra, constituída em moldes profissionais e composta por 25 elementos. O projecto é abrangido deste então pela lei do Mecenato Cultural. Em 2002 a Orquestra passou a ser composta por 32 elementos. No ano de 2003, nos cerca de 60 concertos que tiveram lugar em toda a Região Centro, destacaram-se os realizados em monumentos arquitectónicos da cidade e concelho de Coimbra, no âmbito do projecto “Mo(nu)mentos Musicais”. Em 2004, viu aprovada por unanimidade, em Assembleia-Geral, a alteração do nome para Orquestra Clássica do Centro (OCC). Desde esse ano tem beneficiado do apoio financeiro do Instituto das Artes, no âmbito dos apoios concedidos a projectos profissionais. 2004 foi ainda o ano em que constituiu uma Comissão de Honra, da qual fazem parte, entre outras individualidades/ instituições , os Governadores Civis de Coimbra, Viseu, Leiria e Guarda, os Presidentes de 40 Câmaras , Bispo de Coimbra, o Reitor da Univ. Coimbra, Ordens Profissionais dos Engenheiros , dos Médicos, dos Enfermeiros, dos Farmacêuticos e Advogados . A OCC conta com o apoio da Câmara Municipal de Coimbra. São mecenas da OCC - a Caixa Geral de Depósitos, os jornais “Diário de Coimbra” e “Diário As Beiras”, Águas de Coimbra, Paul Stricker Ldª entre outros. Conseguindo uma intensa implementação regional, com o alargamento da sua actividade a câmaras e distritos mais diferenciados, passou a contar ainda com o contributo solístico e de regência de notáveis figuras do nosso panorama musical, encontrando também meios para, pontualmente, produzir concertos com uma densidade tímbrica e orquestral sinfónica. Organizou concursos, conferências, para além das actividades exclusivamente concertísticas, destacando-se o trabalho realizado em colaboração com o Gov. Civil do distrito de Coimbra em Projectos como “ Encontros com o Património “ realizando vários concertos e conferência onde contou com a presença de Fernando Nobre, de Jorge Sampaio ou de Mário Soares. Por considerarmos como dos ex-libris de Coimbra e de Portugal, no seu todo, a Canção de Coimbra e a Guitarra Portuguesa, no historial da OCC incluímos iniciativas sobre esta temática, nomeadamente o Festival “Cantar Coimbra” e a realização dos Encontros Internacionais da Guitarra Portuguesa , com o Alto Patrocínio da Caixa Geral de Depósitos. Ao longo destes anos, tem vindo a desenvolver uma actividade continuada , essencialmente pautada pela realização de concertos com um reportório que se identifica com a sua constituição clássica – interpretando compositores barrocos, clássicos, românticos e contemporâneos. Apresenta também programas com “Excertos “ para voz e coro das obras mais célebres da literatura musical europeia e mundial.Também tem vindo a multiplicar a actuação de formações de câmara (trios, quartetos e quintetos, entre outras), disponibilizando assim um leque variado de programas/ repertórios, em função das circunstâncias/ local dos eventos. A OCC assinala, em 2009, oito anos de uma actividade ininterrupta. A OCC tem a sede bem como a gestão cultural no Pavilhão Centro de Portugal em Coimbra.

Virgílio Alberto Valente Caseiro
Nasceu em Ansião em 1948. Possui o Curso Superior de Música (Canto) do Conservatório Nacional de Lisboa. Fez também Composição. Licenciou-se em Ciências Musicais pela Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Nova de Lisboa. Mestre em Ciências Musicais, pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Tem especialidades em Musicoterapia, Direcção Coral e de Orquestra. Entre outros, trabalhou com: Mário Sousa Santos, Fernanda Rovira, Mário Mateus, Fernanda Correia, Joana Silva, Rudolph Knohl, João de Freitas Branco, Constança Capdeville, Rui Vieira Nery, Gerard Doderer, Christopher Bochmann, Fernando Eldoro, Pierre von Hawe, Jos Wuytack e Murray Schaefer. Foi Musicoterapeuta cerca de 10 anos, trabalhando com crianças portadoras de deficiência mental. Foi Maestro e co-fundador do Coro de Professores de Coimbra de 1981 /82.; Orquestra de Câmara de Coimbra em 90; Orfeon Académico de Coimbra (1982 a 1996). Foi Maestro (1997) do grupo coral Schola Cantorum ; da Orquestra da Associação de Antigos Tunos da Universidade de Coimbra ( 1999 a 2003) e ainda do Coro do Hospital Pediátrico de Coimbra. Como musicólogo, tem realizado inúmeras conferências e comunicações, em Portugal e no Estrangeiro, em colaboração com instituições como a Univ. de Coimbra, Univ. de Trás-os-Montes, Univ. de Aveiro, Direcção Geral da Extensão Educativa, Ministério da Educação, Sindicato dos Professores, Assoc. Portuguesa de Educação Musical, Instituto Politécnico de Coimbra, Leiria, Castelo Branco, Bragança, etc. Como maestro e cantor tem realizado concertos em Portugal e ainda em Espanha, França, Alemanha, Inglaterra, Holanda, Bélgica, Luxemburgo, Dinamarca, Itália, Vaticano, Angola, Canadá, Brasil e Estados Unidos da América.Tem publicados os livros O Orfeon Académico de Coimbra - Das Origens à Actualidade; Novas Canções para Crianças. É colaborador da imprensa e da rádio regionais. Tem vindo a desenvolver há cerca de 20 anos uma experiência metodológica de Expressão Musical, com crianças em idade pré e escolar, com o objectivo de investigar o contributo da música no desenvolvimento e amadurecimento cognitivo, afectivo e motor. Foi docente na Escola Superior de Educação de Coimbra, onde foi Professor Adjunto de nomeação definitiva, tendo à sua responsabilidade a cadeira de Direcção Coral e Instrumental, bem assim como a de Prática Pedagógica. Desenvolve actividade musical no grupo medieval e renascentista Ars Musicae, (desde 1985) e no grupo de canção coimbrã Cancioneiro de Coimbra( desde 1982). Desde 2001 que é director artístico e maestro Titular da Orquestra de Câmara de Coimbra, (a partir de 2005 Orquestra Clássica do Centro). Em 2002 assumiu a responsabilidade artística da Orquestra Juvenil de Coimbra. Em 2003 recebeu o diploma de Mérito Profissional - Rotary Club (Coimbra). Desde 2003 é Maestro do Coro dos Antigos Orfeonistas da Universidade de Coimbra. Em 2004 foi agraciado com a Medalha de Mérito, atribuída pela Câmara Municipal de Ansião e Coimbra .Em 2006 recebe o prémio Prestígio – Salgado Zenha, pela Direcção-Geral da Associação Académica. Em 2006 recebe a Comenda da Ordem de Santiago de Espada. 

José Augusto Sobral dos Santos Paulo, nasceu em 25/04/60, natural de Nova Freixo, Moçambique. De 1988 1995 leccionou a disciplina de Canto Concerto na Escola de Música de S. Teotónio, em Coimbra.
De 1995 a 1998 leccionou no 2º Ciclo do Ensino Básico, no Instituto Educativo de Lordemão, em Coimbra. Em 2001 foi convidado a integrar o corpo docente do Conservatório de Música de Coimbra. Desde a década de oitenta que é docente de Guitarra Clássica e Guitarra Portuguesa na Academia de Música e Tecnologia de Coimbra. Frequentou e concluiu o Curso Livre de Guitarra Clássica no Conservatório Regional de Coimbra, de 1977 a 1981.
Frequentou e concluiu o Curso Livre de Canto Concerto, na Universidade de Aveiro, tendo como orientadores a soprano Isabel Maia e o barítono Oliveira Lopes (1993). Após ter concluído o Curso Geral de Canto de Concerto, frequentou a Classe de Canto do maestro Amador Cortez Medina, no Tetaro Nacional de S. Carlos, Lisboa (1990/1993). Como solista de guitarra portuguesa, iniciou os seus estudos com o Dr. Jorge Gomes, no ACM (Coimbra). Em 1982 integrou a Tertúlia do Fado de Coimbra, sendo, desde essa data até à presente, instrumentista solista, acompanhador e ainda responsável por grande parte dos arranjos musicais deste grupo. Enquanto membro deste grupo é Sócio Honorário do Elos Clube Internacional (para a divulgação da Língua e Cultura Portuguesa), título outorgado em Belo Horizonte, Brasil, 1990. Como solista tem efectuado ainda espectáculos com os Antigos Tunos da Universidade de Coimbra, nomeadamente no Canadá, África do Sul, USA e países da Europa, tendo sido colaborador, durante 10 anos, com os Antigos Orfeonistas do Orfeon Académico de Coimbra. Deve destacar-se o espectáculo no Teatro de Gil Vicente (1987) “A guitarra portuguesa – de Carlos de Seixas a Carlos Paredes”. Contactou com o virtuoso Carlos Paredes que lhe sugeriu algumas directrizes para a realização de um Manual de Guitarra Portuguesa.
Participação como instrumentista-solista e cantor nos seguintes CDs: Missa Solene (F. Hermano da Câmara), 1994; Amanhecer em Coimbra, 1994; Relíquias do Fado de Coimbra, 1995; Tempos Idos, (1995); Velha Guarda Coimbrã ( 2000); Quinze Anos Depois (Antigos Tunos da Universidade de Coimbra), 2000; Natal (Antigos Tunos da Universidade de Coimbra), 2004, e O Meu Lugar (Quatro Elementos), 2006. Co-autor do livro Flávio Rodrigues – Fragmentos para uma Guitarra (2002), na comemoração do Centenário do nascimento do guitarrista (1902-2002); autor do livro Método de Guitarra Portuguesa (2006).

Todos os eventos decorrerão no Pavilhão Centro de Portugal em Coimbra
A participação é gratuita.

Face ao número limitado de entradas solicita-se a prévia inscrição nas diferentes actividades através dos seguintes números: 91 6994160 (telemóvel) ou 239 824050 (telefone) ou através de correio electrónico (occ@orquestraclassicadocentro.org).

Pavilhão Centro de PortugalAv.da LousãParque Verde do Mondego - CoimbraInformações 239 824050 / telm 919458994http://www.pavilhaocentroportugal.net/

III Encontros internacionais de Guitarra

A global identidade cultural, de uma região, de um povo ou de um país, passa pela inteligência e lucidez de saber conjugar e gerir, com simetria, passado e futuro, lembranças e expectativas, vernaculismo e inovação.
Nem tudo o que é passado é bom, bem assim como nem tudo o que é futuro! Daqui pode resultar que, uma progressão cultural optimizada e socialmente aferida venha a ser aquela que esteja, através dos seus líderes mais capazes, atenta à pertinência dos objectivos a atingir, e saiba seleccionar os meios mais consequentes para essa progressão homogénea, sólida e qualificada.
A riqueza de um povo, passando por um leque enorme de vectores e parâmetros, ganha alguma consistência e personalização na correcta descodificação de todo o seu património artístico. É através dele que os índices mais elevados da sua dignidade cognitiva, afectiva e até motora adquirem superlatividade, e através dela, o respeito, o reconhecimento e o louvor daqueles que territorialmente com ele privam.
Circunscrevendo agora este largo âmbito de análise cultural à circunstância específica da Música, não se pode deixar de reconhecer a excelência do seu contributo para a personalização do perfil de qualquer povo ou nação ao serviço de quem esteja. Hoje, é por de mais aceite o papel vinculativo da linguagem musical com um determinado ser, estar e sentir.
Etnomusicologicamente, quer a vertente urbana (através do trabalho de elaboração composicional comprometido), quer a vertente rural (a mais directamente ligada à criação popular) da sua expressão e discurso, dão provas de localização geográfica determinada, bem assim como prova do perfil humano daqueles a quem servem.
Neste âmbito e agora analisado tão somente ao nível instrumental, a zona centro evidencia-se pela especificação de um instrumento nacional aqui modificado e reencontrado, que é a Guitarra de Coimbra. Sobre a sua morfologia muito haveria a dizer, mas a consciência da dimensão sinóptica deste texto, afasta-se desse propósito. Fica, por isso, enfoque da observação possível neste contexto, a importância que ela veio a ter na personalização de um reportório, de um gosto e de uma interpretação.
Esta “história”, que de forma rápida se pretende contar, reporta-se aos meados do século XIX. É aqui que se vêm encontrar as primeiras referências a um tipo de canção acompanhada à guitarra (viola toeira ainda à época) e do poder de interpretação do seu grande cultor, o médico José Dória. Logo de seguida se refere Augusto Hilário e o seu inolvidável contributo composicional, cantando e tocando em simultâneo. Já no final do século, a criação em 1880 do Orfeon Académico de Coimbra, vem polarizar à sua volta uma plêiade de estudantes de bom gosto, para os quais consegue uma resposta de educação coral e vocal, conjuntamente com condições ideais de aprendizagem instrumental, por observação directa e reprodução. Preparava-se assim, as gerações de ouro das primeiras décadas do século XX. É neste contexto que se vêm a projectar nomes como a família Paredes, os Veigas, os Goes, os Menanos, Paulo de Sá, Betencourt, Junot, Flávio Rodrigues, Afonso de Sousa, Amaral, e um rol infindável de guitarristas e cantores, todos eles ao serviço de um V estético que, de verso em verso, de melodia em melodia, de arpejo em arpejo, foram construindo um valioso património cultural e musical, hoje universalmente reconhecido e caracterizador de uma cidade, de uma zona e de uma região.
Não é de estranhar, portanto, a razão de ser de estes Encontros Internacionais da Guitarra, que quando muito só pecam por tardios já! Com eles se pretende alargar o domínio do conhecimento musicológico sobre reportório e particularidades instrumentais da Guitarra. Entender o seu tímbrico manancial interpretativo orquestral e forma como dele decorre as diferentes formas de acompanhamento fadístico. Razões de evolução melódica e harmónica das suas Variações. Evolução morfológica instrumental por força do contexto social envolvente. Subtilezas estilísticas e ornamentais. Individualidade ou integração em grupo, etc, etc, etc..
O universo analítico musical ligado à guitarra é de tal forma abrangente, profundo, intenso e sedutor, que por certo não se conseguirá esgotar no espaço destes encontros, e em todos fará nascer o desejo irreprimível de aqui nos tornar a trazer, para o debate e compreensão de um inesgotável mundo de saber sobre o nosso instrumento de matriz: a Guitarra, a Guitarra Portuguesa, a Guitarra de Coimbra.
©Virgílio Caseiro, 2007

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