terça-feira, 22 de junho de 2010

Sérgio Azevedo (n.1968): "Reflections on a Portuguese Lullaby"

Vale a pena pôr em evidência um comentário de Eduardo Aroso sobre esta peça:

Peça musical de rara beleza. Momento feliz o do compositor, Sérgio Azevedo, que toma a ancestralidade da canção transmontana «Ó Menino Ó», uma das mais bonitas canções de embalar da nossa música tradicional : «Ó, menino ó/ ó, ó, menino, ó/ teu pai foi ao eiró/ tua mãe à borboleta/ logo te vem dar a teta».
O compositor desde o primeiro momento toma o espírito da canção e como que discretamente o vai mantendo, como se quisesse apenas dar os primeiros sons, ou seja, embalar da maneira mais simples (se a criança adormecer, pois bem). Mas logo se percebe que o compositor, lentamente, vai continuar com o seu embalo. Com tão poucas notas que, no fundo, constituem o tema, o compositor explora muito bem o registo do violino. É de salientar o perfeito equilíbrio – em minha modesta opinião – ou alternância violino/orquestra. Outra coisa não seria de esperar dos «pianos», «pianíssimos», «crescendos», etc da orquestra. Mas o que impressiona é que o compositor reduz toda a intervenção e massa orquestral ao mínimo, embora se faça sentir de quando em vez nos oportunos «crescendos» . Se quiséssemos lançar mão de uma imagem poética, dir-se-ia que pela delicadeza da interpretação e do próprio instrumento, o violino (quem embala), surge o sonho na criança, sonho esse que é toda a orquestra num fundo, o apenas necessário.
Eis o que se me oferece dizer e comentar, ainda que nem sempre munido da linguagem de crítica musical mais apropriada. Os meus parabéns ao compositor e também os meus agradecimentos por este momento de rara emoção estética.

2 Comentários:

Blogger Eduardo Aroso disse...

Peça musical de rara beleza. Momento feliz o do compositor, Sérgio Azevedo, que toma a ancestralidade da canção transmontana «Ó Menino Ó», uma das mais bonitas canções de embalar da nossa música tradicional : «Ó, menino ó/ ó, ó, menino, ó/ teu pai foi ao eiró/ tua mãe à borboleta/ logo te vem dar a teta».
O compositor desde o primeiro momento toma o espírito da canção e como que discretamente o vai mantendo, como se quisesse apenas dar os primeiros sons, ou seja, embalar da maneira mais simples (se a criança adormecer, pois bem). Mas logo se percebe que o compositor, lentamente, vai continuar com o seu embalo. Com tão poucas notas que, no fundo, constituem o tema, o compositor explora muito bem o registo do violino. É de salientar o perfeito equilíbrio – em minha modesta opinião – ou alternância violino/orquestra. Outra coisa não seria de esperar dos «pianos», «pianíssimos», «crescendos», etc da orquestra. Mas o que impressiona é que o compositor reduz toda a intervenção e massa orquestral ao mínimo, embora se faça sentir de quando em vez nos oportunos «crescendos» . Se quiséssemos lançar mão de uma imagem poética, dir-se-ia que pela delicadeza da interpretação e do próprio instrumento, o violino (quem embala), surge o sonho na criança, sonho esse que é toda a orquestra num fundo, o apenas necessário.
Eis o que se me oferece dizer e comentar, ainda que nem sempre munido da linguagem de crítica musical mais apropriada. Os meus parabéns ao compositor e também os meus agradecimentos por este momento de rara emoção estética.

Eduardo Aroso

23 de junho de 2010 às 23:31  
Blogger Marinela St. Aubyn disse...

Os meus parabéns a Sérgio Azevedo pela excelente composição a aos intérpretes pela belíssima execução!
Depois do comentário anterior, nada do que eu pudesse dizer seria relevante.
Marinela

24 de julho de 2010 às 23:02  

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