segunda-feira, 6 de julho de 2009

Glória Correia

Entrei em tua casa
pela tua mão
o espanto de teu sorriso
sempre me comoveu...

abriu-se a grande sala
e ouviu-se pela grafonola
Menano e Bettencourt

fiquei maravilhado!
depois entoaste "ó virgens que passais ao sol poente..."

e insististe que eu, naquela sala

o mesmo recitassee

Tu ouvias-me como um menino guloso:
"quero mais Aurelino!"

até que a balada de Régio"
ai choro com que o Paredes
vibrando os dedos em garra..."
fez estremecer a casa...

e Tu, continuavas a olhar-me,
como um menino guloso :
"quero mais Aurelino,
bota aqui para o gravador!"

depois, contigo sentado
olhos nos olhos
brindámos
num mosto de Porto
a alegria de estarmos,
enamorados
num mesmo canto...

( À memória do querido amigo, Dr. Alfredo da Glória Correia
Póvoa de Varzim, 6 de Julho de 2009.
Aurelino Costa)


Nota: Curiosamente, neste belo poema de Aurelino Costa, faz-se referência às "Virgens", de António Nobre, musicado por mim e que Alfredo Correia apreciava muito e que pretendia gravar.

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