MAESTRO GUNTHER ARGLEBE
Desaparecido aos 76 anos na passada 6.ª feira, 5 do corrente, Gunther Arglebe, de origem alemã, nasceu no Porto, onde fez estudos secundários e o Curso Geral de Flauta do então Conservatório de Música do Porto (CMP). Como instrumentista chegou a integrar a então Orquestra Sinfónica do Porto (OSP). Na RFA fez depois estudos superiores de Direcção de Orquestra. De novo no Porto (1965 ss.), fundou a Orquestra de Câmara da Pró-Arte e o Círculo Portuense de Ópera (onde por longos anos dirigiu um coro sinfónico; marcaram época as execuções da 9.ª Sinfonia de Beethoven; de O Messias, de G.-F. Haendel; e de A Criação, de J. Haydn). Na OSP foi maestro subdirector e maestro titular (1968-ca. 1984). E ensinou Direcção Coral no CMP. Mas o que acima de tudo justifica esta notícia hic & nunc é a sua passagem pela regência artística do Orfeão Universitário do Porto (OUP) (1967-1969): este coro vinha da longa regência do maestro Afonso Valentim [da Costa Pinto] (1897-1974; regeu de 1942 a 1967), uma versão portuense de Manuel Raposo Marques. Gunther Arglebe fez o OUP soar pela primeira vez como um Coro – ainda que amador – com modernidade e qualidade: lembrarei peças de Fr. Manuel Cardoso (Ingrediente Domino), Orlando di Lasso (Matona mia cara), J.-S. Bach (múltiplos corais), Mozart (Ave Verum Corpus), Schubert (Oh wie schön ist deine Welt), Mário Sampayo Ribeiro, Manuel Faria, Fernando Lopes-Graça e Hermínio do Nascimento (a célebre Proposição d’«os Lusíadas», hino orfeónico até à década de 70). Dirigiu o OUP em digressões aos EUA (1968) e a Angola / Moçambique / África do Sul (1969). Deixa viúva a cantora lírica Annerose Gilek (soprano).
As minhas rememorações do ano orfeónico de 1968/69 (em que cantei sob a sua direcção) trazem-me um Senhor alto e forte (claramente germânico), exigente nos ensaios mas tudo temperando com um insuperável humor, bem ajudado pela vasta colecção de anedotas que memorizara. Para além disso, amante de boa cozinha e de boa cerveja… Dos maestros de coros que conheci no Porto, Gunther Arglebe foi sem dúvida o que melhor soube acamaradar com a malta…
O funeral realizou-se hoje, da residência em S. Félix da Marinha (V. N. de Gaia) para o cemitério de Matosinhos, onde foi cremado.
Porto, 8 de Março de 2010
= Armando Luís de Carvalho Homem =
As minhas rememorações do ano orfeónico de 1968/69 (em que cantei sob a sua direcção) trazem-me um Senhor alto e forte (claramente germânico), exigente nos ensaios mas tudo temperando com um insuperável humor, bem ajudado pela vasta colecção de anedotas que memorizara. Para além disso, amante de boa cozinha e de boa cerveja… Dos maestros de coros que conheci no Porto, Gunther Arglebe foi sem dúvida o que melhor soube acamaradar com a malta…
O funeral realizou-se hoje, da residência em S. Félix da Marinha (V. N. de Gaia) para o cemitério de Matosinhos, onde foi cremado.
Porto, 8 de Março de 2010
= Armando Luís de Carvalho Homem =
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