Rui Pato
Ontem, em horário nobre, na RTP1, assisti a um programa - Trovas Antigas - cujo tema era "A guitarra portuguesa". Os apresentadores eram Carlos do Carmo, Vieira Nery, Fontes Rocha e Raúl Nery. Assisti, com atenção aos 45 minutos desse programa. Muito se falou de Armandinho, Jaime Santos, Fontes Rocha, Raúl Nery, Ricardo Rocha, etc, etc, todos, sem dúvida, grandes vultos da guitarra lisboeta; fui aguardando, expectante que alguma coisa se dissesse sobre a guitarra de Coimbra...
Espanto meu! A certa altura, um dos apresentadores falou de um guitarrista que "não era nem de Lisboa nem de Coimbra", de nome Carlos Paredes. Espanto maior! Uma breve referência a Artur Paredes que era "autor duma música popular, para ser dançada, que ele apenas adaptou à guitarra". Mais nada! Com atenção, sempre aguardei que se falasse de Antero da Veiga, de Pinho Brojo, do Jorge Tuna, do António Portugal, do Francisco Martins, do Eduardo Melo, do João Bagão, do Octávio Sérgio, mas... nada! A guitarra tocada em Coimbra foi pura e simplesmente ignorada!
O que levará pessoas respeitáveis, conhecedores profundos do instrumento, que são sinceros amantes desse instrumento a omitirem deliberadamente mais de um século de um estilo diferente de guitarra, de mais de uma centena de exímios executantes e das características de um modelo de guitarra que eles próprios foram utilizando em detrimento do modelo da sua cidade.
Sectarismo? Preconceito? Ignorância?
Rui Pato
Espanto meu! A certa altura, um dos apresentadores falou de um guitarrista que "não era nem de Lisboa nem de Coimbra", de nome Carlos Paredes. Espanto maior! Uma breve referência a Artur Paredes que era "autor duma música popular, para ser dançada, que ele apenas adaptou à guitarra". Mais nada! Com atenção, sempre aguardei que se falasse de Antero da Veiga, de Pinho Brojo, do Jorge Tuna, do António Portugal, do Francisco Martins, do Eduardo Melo, do João Bagão, do Octávio Sérgio, mas... nada! A guitarra tocada em Coimbra foi pura e simplesmente ignorada!
O que levará pessoas respeitáveis, conhecedores profundos do instrumento, que são sinceros amantes desse instrumento a omitirem deliberadamente mais de um século de um estilo diferente de guitarra, de mais de uma centena de exímios executantes e das características de um modelo de guitarra que eles próprios foram utilizando em detrimento do modelo da sua cidade.
Sectarismo? Preconceito? Ignorância?
Rui Pato
(Sem comentários!)
4 Comentários:
Prepotência. Penso que esse documentário estaria incluído num outro que a RTP1 passou em 3 etapas. Como o grande documentário ao Fado em geral. A verdade é que de Coimbra nada se fala. E esquecem mesmo nomes e vultos da actualidade, como Paulo Soares, Pedro Caldeira Cabral e Pedro Pinto, que tanto dão, por todo o país ao ensino da Guitarra Portuguesa. De facto não percebo o porquê da prepotência e talvez ignorância de certas afirmações quando até se apelidou de génio determinados guitarristas. De facto é assunto para deixar muitas perguntas...
Também vi o dito programa e acho que tudo o que Rui Pato e Ângelo Correia escreveram está certo. E que dizer daquela afirmação de Carlos do Carmo sobre quem seja hoje o maior da «guitarra portuguesa» ?...
As pessoas não são estúpidas nem cegas. E a muitos espectadores não terá escapado a circunstância de no programa e nas imagens de arquivo tanto aparecerem guitarras com remate em voluta como em lágrima. Mas quantos saberiam interpretar essa dualidade ?...
Um grande abraço,
Armando Luís de Carvalho Homem.
É insensato não divulgar, as diferenças de percurso técnico e artistico das duas guitarras, num programa de televisão que se vê em todo o país, assim como os grandes nomes que marcaram o estilo da guitarra portuguesa de Coimbra. Só insensíveis não reagem ao que sempre aconteceu em música, ver em guitarra, numa Universidade como a de Coimbra. Mesmo quem não teve a possibilidade de a frequentar sonhou com as suas baladas e serenatas a um ou outro momento da sua existência.
Onde está o espirito universalista dos médias portugueses?.
Antes de mais gostaria de dizer que nada tenho a ver com a série da RTP em causa. Tenho sido apenas um espectador desde o primeiro episódio. E gosto muito do que tenho visto! Sempre entendi a série como uma história do Fado de Lisboa (embora ache esta designação uma redundância). Aliás parece-me que a série se integra na actual candidatura do Fado a património cultural e imaterial da humanidade. Sempre achei, como muitos, que a música de Coimbra se situa num outro campo histórico e cultural e tentar misturar as coisas não faz nenhum sentido.Tenho aliás visto na RTP Memória, com muito agrado, alguns programas feitos sobre a Canção de Coimbra e não me lembro de ver em nenhum deles nenhuma ligação/integração com a música e o Fado de Lisboa. Não faria sentido nesses programas , não me parece que faça sentido neste. Nem sei se alguns cultores da canção de Coimbra se sentiriam confortáveis com isso... Nem sei mesmo se a música de Coimbra integra a candidatura do Fado... O que gostaria de ver, isso sim, era um trabalho semelhante ou mesmo superior levado a cabo pelas 'forças vivas' de Coimbra que neste campo da defesa da sua música continuam num adormecimento lamentável. Por exemplo: não seria já tempo de Coimbra ter um espaço próprio semelhante ao Museu do Fado de Lisboa? Um espaço notável de Cultura e divulgação do Fado. Acho que as Vozes de Coimbra precisam de se ouvir com urgência quer através do Canto quer através de documentários como o da RTP, quer através de ensaios e outras obras. E não fazerem-se ouvir apenas na crítica a trabalhos como o que está aqui em causa.. Se o Fado já conquistou o que conquistou até agora imagine-se se tivesse uma Universidade por trás...
Abraço amigo
José Nunes
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