ABSORTA
Música: Maria de Melo Furtado Caldeira Giraldes de Bourbon (1864-1944)
Letra: José Maria de Sousa Monteiro (1846-1909)
Incipit: Escuta absorta
Função inicial: serão nobiliárquico
Data: década de 1890
Categoria: composição com duas partes musicais
Referência: PT/CO/CC/2PM.01
Escuta absorta à varanda
Entre oculta na hera em flor,
A guitarra que lhe manda
De longe... na aragem branda
Quentes protestos d’amor. (bis)
Cautela minha trigueira,
Das mãos de anjo e pés de fada,
Não te enleve a alma a toada
Desses requebros traidores,
Que, se tanto geme a arteira,
Não é d'amor... é d’amores. (bis)
Informação complementar:
Serenata em compasso quaternário, escrita na tonalidade de Lá menor, com a segunda parte em Dó Maior e remete em Lá menor.
Esta composição foi publicada pela autora, Condessa de Proença-a-Velha, na brochura Os nossos poetas.Volume II. Lisboa, 1934. Maria Giraldes de Bourbon era casada com o 2.º Conde de Proença-a-Velha João Filipe Pita, formado em Direito pela Universidade de Coimbra.
Fidalga culta, deixou literatura infantil (ver Fadas e Encantos, 1929) e pelo menos dois volumes impressos de textos poéticos musicados para piano. Grande amante do então chamado Fado de Coimbra, a Condessa de Proença apreciava os estilos de Alexandre Resende e de António Menano. Da referida autora, António Menano chegou mesmo a gravar a Canção do Luar, uma autêntica tela tardo-romântica. À semelhança de outras famílias fidalgas do tempo, a Condessa de Proença dinamizou ao longo dos anos nos seus solares serões potético-musicais e divertimentos de salão a que não faltavam os amadores conimbricenses. Alguns terão decorrido na Foz do Arouce, Lousã. Ela própria compôs obras de aproximação ao reportório da Canção de Coimbra.
O autor da música não será Eduardo Sousa Monteiro, magistrado, mas o escritor, poeta e jornalista José Maria de Sousa Monteiro.
A mulher aborta nos seus próprios pensamentos foi um tema caro às elites letradas e à burguesia endinheirada da Belle Époque. O assunto chegou a ser representado em gravuras arte nova e foi alvo de circulação em revistas e postais.
Transcrição: Octávio Sérgio (2010)
Texto e pesquisa: José Anjos de Carvalho e António M. Nunes
Projecto: recolha, salvaguarda e divulgação do Património Canção de Coimbra
Letra: José Maria de Sousa Monteiro (1846-1909)
Incipit: Escuta absorta
Função inicial: serão nobiliárquico
Data: década de 1890
Categoria: composição com duas partes musicais
Referência: PT/CO/CC/2PM.01
Escuta absorta à varanda
Entre oculta na hera em flor,
A guitarra que lhe manda
De longe... na aragem branda
Quentes protestos d’amor. (bis)
Cautela minha trigueira,
Das mãos de anjo e pés de fada,
Não te enleve a alma a toada
Desses requebros traidores,
Que, se tanto geme a arteira,
Não é d'amor... é d’amores. (bis)
Informação complementar:
Serenata em compasso quaternário, escrita na tonalidade de Lá menor, com a segunda parte em Dó Maior e remete em Lá menor.
Esta composição foi publicada pela autora, Condessa de Proença-a-Velha, na brochura Os nossos poetas.Volume II. Lisboa, 1934. Maria Giraldes de Bourbon era casada com o 2.º Conde de Proença-a-Velha João Filipe Pita, formado em Direito pela Universidade de Coimbra.
Fidalga culta, deixou literatura infantil (ver Fadas e Encantos, 1929) e pelo menos dois volumes impressos de textos poéticos musicados para piano. Grande amante do então chamado Fado de Coimbra, a Condessa de Proença apreciava os estilos de Alexandre Resende e de António Menano. Da referida autora, António Menano chegou mesmo a gravar a Canção do Luar, uma autêntica tela tardo-romântica. À semelhança de outras famílias fidalgas do tempo, a Condessa de Proença dinamizou ao longo dos anos nos seus solares serões potético-musicais e divertimentos de salão a que não faltavam os amadores conimbricenses. Alguns terão decorrido na Foz do Arouce, Lousã. Ela própria compôs obras de aproximação ao reportório da Canção de Coimbra.
O autor da música não será Eduardo Sousa Monteiro, magistrado, mas o escritor, poeta e jornalista José Maria de Sousa Monteiro.
A mulher aborta nos seus próprios pensamentos foi um tema caro às elites letradas e à burguesia endinheirada da Belle Époque. O assunto chegou a ser representado em gravuras arte nova e foi alvo de circulação em revistas e postais.
Transcrição: Octávio Sérgio (2010)
Texto e pesquisa: José Anjos de Carvalho e António M. Nunes
Projecto: recolha, salvaguarda e divulgação do Património Canção de Coimbra
Etiquetas: Partituras
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