quinta-feira, 25 de novembro de 2010

CANÇÃO DO MONDEGO




Música: Alexandre Rey Colaço (1854-1928), dedicada À Exmª. Snrª. D. Amélia Pinto Leite Ferreira
Letra: Manuel da Silva Gaio (1860-1934)
Incipit: Vendo correr-te o pranto
Origem: Lisboa (?)
Data: 1894

Vendo correr-te o pranto
Na hora em que parti,
- Como me amavas tanto -
Ao dar-te o "adeus", sorri.

Ouvi, quando voltei:
"Já te não ama, não"
Era verdade , e então
- Vendo-te rir - . chorei.

Informação complementar:

Obra literário-musical em compasso 5/8, escrita na tonalidade de Si menor, com passagem por maior e remate em Si menor. Edição musical impressa para piano da Sassetti & Cª., Rua do Carmo, 56, Lisboa. A música está datada de 14 de Agosto de 1894 e o exemplar disponível é o da 16.ª edição o que revela a grande aceitação que teve esta canção na década de 1890. As coplas são extraídas do poema Regresso. Pouco reconhecível à outiva, a melodia não nos catapulta de imediato para a paisagem sonora da Canção de Coimbra mais conhecida pelo ouvinte médio.

O pianista e compositor Alexandre Rey Colaço (Tânger, 1854; Lisboa, 1928) estabeleceu-se em Portugal no ano de 1887, tendo trabalhado como professor no Conservatório Nacional. Das relações de Antero da Veiga, José Viana da Mota, Raul Lino, Manuel da Silva Gaio, frequentou regularmente Coimbra na década de 1890. De sua autoria, recordemos o Fado Pintassilgo, dedicado em 13/09/1895 ao estudante Luis Pinto de Albuquerque, e Um Fado de Coimbra (Vou-me despedir do rio).

Em 1903, Rey Colaço publicou oito composições, incluindo Choradinho, Corrido, Fado Serenata do Hilário, Pintassilgo, Primeiro Fado, Canção das Serras. Estamos em pleno naturalismo estético, de inspiração regional-folclórica, com reflexos na produção musical (Antero da Veiga, Rey Colaço), na pintura de ar livre (Silva Pinto, José Malhoa) e nas teorizações arquitectónicas de Raul Lino.

Sobre as ideias estéticas das elites do tempo vale a pena reler Raul Lino, particularmente "Quatro palavras sobre arquitectura e música" (1947) e "Evocação de Alexandre Rey Colaço no 1.º Centenário do seu nascimento" (1957).

Manuel da Silva Gaio (Coimbra, 6/05/1860; idem, 11/02/1934), formou-se em Direito. Dedicou-se à advocacia, jornalismo, prosa, ensaio, conto, drama, biografia, e à poesia "neolusitanista", eco local do Simbolismo. Considerado um poeta menor, trabalhou longos anos como Secretário-Geral e Mestre-de-Cerimónias da Universidade de Coimbra. Nessa função, desempenhou um discreto mas crucial papel na revitalização do cerimonial conimbricense nos anos que se sucederam ao abolicionismo pós-1910. Foi um dos poetas da Alta que o Estado Novo mandou derribar e que "Deus tenha".

Por vezes reproduz-se a ideia cliché de uma Canção de Coimbra enformada unicamente por melodias estróficas de vertebração musical menor, saídas da veia de compositores amadores. Sendo assim, não é completamente assim nem do ponto de vista das tipologias de obras já inventariadas (diversidade literária, musical e instrumentística qb), nem do ponto de vista da obra legada pelos compositores ao Património Canção de Coimbra.

Rey Colaço não foi o único compositor erudito ou com boa formação musical a abordar a Canção de Coimbra associando o seu nome a uma manifestação artística que tem tardado em encontrar nos bancos da sua própria universidade o mesmo direito de fórum que o Jazz encontrou na Universidade de Aveiro.

Passados que são 32 anos sobre a realização do "Primeiro Seminário do Fado de Coimbra"/1978 (que como os que se lhe seguiram não teve direito a actas), e verificado que a Universidade de Coimbra não assumiu uma política pró-activa em prol do estudo da Canção de Coimbra (defraudando assim as esperanças e expetactivas dos antigos estudantes-cultores que ao longo dos anos instaram a Alma Mater), não terá chegado o momento de esperar que outras instituições de ensino superior promovam a investigação que tarda em chegar?

Não temos notícia de qualquer registo fonográfico de Canção do Mondego no decurso do século XX, nem de registos sonoros amadores.

Transcrição: Octávio Sérgio (2010)
Texto e pesquisa: José Anjos de Carvalho e António M. Nunes

Projecto: recolha, salvaguarda e divulgação do Património Imaterial Canção de Coimbra
A seguir, a peça executada em MIDI

Canção do Mondego de Alexandre Rey Colaço sound clip

Almoço de Natal - Evocação de Carlos Couceiro

Hotel Lisboa Plaza – Travessa do Salitre, 7 (rua atrás do Hotel Sofitel, junto ao parqueamento do ex-Parque Mayer, à direita de quem desce, da estátua aos Combatentes da Grande Guerra)

Dia 18 de Dezembro, com o seguinte programa:
13h00 – Recepção e almoço buffet;
15h00 – Sarau, com actuação do Coral “Ad-Hoc” e do “Grupo de Danças”;
16h00 – Evocação de Carlos Couceiro, em palavras e na intervenção do Grupo “Porta Férrea”;
17h00 – Venda de Natal - de “prendas” feitas pelos meninos, jovens e adultos assistidos pela APPACDM, e produtos biológicos da sua quinta.
N.B. – Reserva alguns dos teus presentes de Natal a oferecer para esta venda; trata-se de ajudar uma obra verdadeiramente meritória que comoveu e suscitou a maior admiração nos 45 participantes no Passeio de Outono.
Vamos contribuir com o que pudermos.

Inscrições: na Sede da Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra em Lisboa, ou pelo Tel. 218 494 197, até ao final do dia 14 de Dezembro com o compromisso de comparência e/ou pagamento da quantia.
Preço: Sócio + 1 = 27,50 € p.p. Não Sócio = 32,50 € p.p.
Enviado por "Tito" Costa Santos.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010







Jorge Cravo e o seu novo CD de inéditos de Canto de Coimbra. Os textos de António Ralha e Manuel Rocha dizem o essencial sobre a qualidade deste trabalho. Para aguçar o apetite, coloco aqui a faixa 6, em MP3. Por este exemplo se vê o trabalho de conjugação entre os instrumentos e a voz.
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José Mesquita canta "Saudades de Coimbra", no programa de Mário Martins, na primeira metade da década de 90, acompanhado por Fontes Rocha e Ricardo Rocha em guitarra e Durval Moreirinhas em viola.

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domingo, 21 de novembro de 2010

Livro com as partituras de todas as músicas cantadas por José Afonso, ficando de fora o Canto de Coimbra! Era inevitável! Tirado do Blog da AJA http://vejambem.blogspot.com/