sábado, 20 de março de 2010

Aurelino Costa


Aurelino Costa vai estar em Coimbra a 7 de Maio, na FNAC, para apresentação de um CD com obras de Miguel Torga. Entretanto os amigos Portistas poderão já vê-lo na Cidade Invicta.

José Valente

HOJE (20 de Março de 2010), no Teatro Académico de Gil Vicente, em COIMBRA: O CONCERTO!

http://www.facebook.com/event.php?eid=335128119098

José Valente e a sua viola de arco, no Teatro Académico Gil Vicente, logo, pelas 21:30. Será um bom espectáculo, atendendo ao que já ouvi deste intérprete muito original. Pena tenho de não poder assistir, já que, à mesma hora, tenho o compromisso com o Coro dos Antigos Orfeonistas (do qual faço parte), no Pavilhão Centro de Portugal, numa homenagem ao seu Maestro, Virgílio Caseiro.

Carlos Paredes e António Victorino de Almeida no "Improviso 2". Este vídeo foi solicitado por um anónimo (lamento que não se identifique), a propósito do vídeo dos Irmãos Raposo. Para quem achou que aquela peça era uma "coisa proibida" para a guitarra portuguesa, que vai dizer deste improviso 2, perguntará o anónimo?

André Madeira com mais dois companheiros, vão dar um pouco de cultura à cidade da Guarda, com as suas violas dedilhadas.

Virgílio Caseiro vai ser homenageado, amanhã, dia 20, no Pavilhão Centro de Portugal, em Coimbra.

Pedro Joia e Ricardo Ribeiro no Museu do Fado, a 26 deste mês.

quinta-feira, 18 de março de 2010

RECORDANDO CARLOS COUCEIRO


(Carta de Santos Silva a Carlos Carranca)

Prezado Amigo
Carlos Carranca:
16/03/2010

O falecimento do nosso querido Amigo Carlos Couceiro deixou-me abalado (mesmo sabendo há muito que aquela doença, naquela idade, era fatal). O Carlos e o Zeca foram os meus dois grandes amigos da juventude (direi mesmo, da vida). Tão diferentes que eram, ambos exerceram em mim um fascínio especial. Sobre o Zeca já disse tudo no caderno de recordações a que dei o título de “Zeca Afonso Antes do Mito” (salvo aquelas emoções mais íntimas e finas, que são indizíveis). Sobre o Carlos têm-me vindo à memória coisas que andavam adormecidas: cenas, conversas, fragmentos de vivências, o som peculiar das suas risadas, a vibração da sua vitalidade, do seu calor humano que irradiava…
Às vezes pergunto-me: será possível que tudo Aquilo que ele era, tanto fogo, tanto Sol, tanta abundância de talentos, esteja agora reduzido a um punhado de cinzas? Noutro dia, a minha Mulher deu-me uma resposta sábia: “pensa que não é um ‘punhado de cinzas’ mas, sim, uma mão cheia de boas memórias – vive-se enquanto se é lembrado por algum coração…”

Nos últimos anos, o Carlos e eu mantivemos um relacionamento assíduo: eu escrevia-lhe e ele telefonava-me. Ao rever algumas das minhas cartas, guardadas na memória do PC, encontrei algumas engraçadas. Vou transcrever-lhe uma, na parte que fala da nossa pequena “república”, que o Carlos baptizou de Sobado Kàkulo, em homenagem a um soba lendário que existiu na zona do Lobito (da etnia Ubúndu).
Situava-se, tal “república”, no 1.º andar da última casa da Couraça dos Apóstolos (ao fundo, à direita), em plena Alta antiga. Era uma “república” só de dormir e estudar, pois não tinha cozinha em condições (nem havia empregada permanente) e a retrete era um cubículo estreito[1] onde nem dava jeito tomar banho: aos domingos íamos ao hospital velho, aos balneários públicos, onde se podia tomar duche à descrição ou mergulhar numas antiquíssimas e enormes banheiras (salvo erro, custava 1$00 com direito a toalhão). A “república” tinha um salão com três camas e mais dois pequenos quartos. Normalmente, viviam lá cinco ou seis, a que se juntavam, por vezes, alguns adventícios (entre os quais o Zeca, quando se zangava com a Mulher, a Maria Amália). Que estudante, hoje, se sujeitaria a tal “conforto”? Mas a renda era em conta: 240$00 (40$00 por cabeça), e o senhorio pouco exigente na data do pagamento. A vizinhança era, também, simpática e conivente (apanhava-nos a roupa que caía da corda de secar, avisava-nos da aproximação dos funcionários que vinham cortar a água/luz…); à frente havia uma pequena mercearia que nos fiava, se necessário, alguma bucha para acalmar a fome (pão com chouriço, carapaus de escabeche, bolachas torradas, cervejas…). Era giro – sobretudo, descontraído e fraterno!

Pois aqui vai, então, o extracto da carta acima referida:

“Há alguns dias, ao relembrar com saudade o meu tio Joaquim (o tio Quim, como lhe chamávamos), irmão de minha mãe – o boémio da família, memorialista da Coimbra antiga, escritor e conversador infatigável, que passava o tempo nas tascas e casas de má fama da Baixa – ‘Quando não bebo pelo menos 12 bicas por dia, já não consigo dormir’, dizia –, veio-me à lembrança uma cena engraçada que ocorreu com ele na nossa saudosa República do Sobado Kàkulo.
“Entrei para a “república” em princípios de 1952, viviam lá, então: tu, o Júlio, o Serafino e o Rodriguez. Nesse ano, eu que era um aluno razoável, estava a afundar-me: a convivência com o Zeca Afonso (simultaneamente, rica e depressiva), a falência financeira do meu pai, um sarilho amoroso-sexual em que me envolvi na casa onde estava hospedado, etc, deitaram-me abaixo. Adoeci (psicologicamente), cheguei a pontos de perder toda a sensibilidade do corpo, dos pés ao pescoço – um grande susto! Como consequência, perdi esse ano (desisti a meio da prova oral de Física, com o Dr. Almeida Santos): o meu primeiro e único chumbo. Em Outubro desse ano, tu foste para o Porto (Engenharia) e eu fiquei na “república”, mais um ano, a marcar passo.
“Foi nessa época (se não me engano) que o Jorge Serafino, com o seu jeitão para o desenho, se meteu a decorar a sala grande da “república” transformando-a na Sala Sextina, numa paródia à Capela Sistina do Vaticano. Nas paredes, ninfas semi-desnudas esvoaçavam e, sobre as cabeceiras das camas, musas, de seios opulentos e oferecidos, acolhiam-nos quando acordávamos… E, num dos cantos das paredes-tecto, desenhou uma escada e um alçapão para um imaginário sótão, e, no topo da escada, umas pernas e um rabo de mulher, como se fosse a subir – a ilusão era perfeita!
“Ora num belo dia, o meu tio Quim (que tinha estado com os meus pais, em Vila Cortês) veio bater à porta da “república” para me entregar uma encomenda da minha mãe (talvez um bolo). Eu, que ainda estava deitado, levantei-me em pijama e fui abrir a porta, sem saber quem era. O meu tio entrou na sala, contemplou o “harém” das paredes e, nisto, deu com os olhos no canto da sala onde havia a tal escada desenhada, o alçapão e a “rapariga” a subir, meia entrada já no “sótão”. O tio Quim estacou! Atirou-me o embrulho para as mãos e saiu porta fora. Eu fui atrás dele a chamá-lo. Desceu as escadas e, antes de sair para a rua, respondeu-me: “Diz à rapariga que desça. Eu não lhe mordia, também já fui rapaz!”.
“Por mais que, depois, lhe contasse a verdade, nunca acreditou. E, possivelmente, o meu chumbo daquele ano ficou, para ele, a dever-se à rambóia que se vivia na Sobado Kàkulo, com ninfas e musas desenhadas sobre as camas e raparigas verdadeiras a fugirem pela escada do sótão…
“E é assim que algumas vezes se inventa a história…”

O Carlos adorou esta peripécia e eu, de quando em vez, contava-lhe outras. Mas agora já não dá…

Receba um abraço de amizade – reforçado com a que o Carlos lhe tinha, como ele muitas vezes me disse. Comprimentos também para a sua Rosinha.

Santos Silva


António dos Santos Silva, é o autor do excelente livro "Zeca Afonso - Antes do Mito", da editora Minerva, ano 2000.

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quarta-feira, 17 de março de 2010

ABSORTA


Música: Maria de Melo Furtado Caldeira Giraldes de Bourbon (1864-1944)
Letra: José Maria de Sousa Monteiro (1846-1909)
Incipit: Escuta absorta
Função inicial: serão nobiliárquico
Data: década de 1890
Categoria: composição com duas partes musicais
Referência: PT/CO/CC/2PM.01

Escuta absorta à varanda
Entre oculta na hera em flor,
A guitarra que lhe manda
De longe... na aragem branda
Quentes protestos d’amor. (bis)

Cautela minha trigueira,
Das mãos de anjo e pés de fada,
Não te enleve a alma a toada
Desses requebros traidores,
Que, se tanto geme a arteira,
Não é d'amor... é d’amores. (bis)

Informação complementar:

Serenata em compasso quaternário, escrita na tonalidade de Lá menor, com a segunda parte em Dó Maior e remete em Lá menor.

Esta composição foi publicada pela autora, Condessa de Proença-a-Velha, na brochura Os nossos poetas.Volume II. Lisboa, 1934. Maria Giraldes de Bourbon era casada com o 2.º Conde de Proença-a-Velha João Filipe Pita, formado em Direito pela Universidade de Coimbra.

Fidalga culta, deixou literatura infantil (ver Fadas e Encantos, 1929) e pelo menos dois volumes impressos de textos poéticos musicados para piano. Grande amante do então chamado Fado de Coimbra, a Condessa de Proença apreciava os estilos de Alexandre Resende e de António Menano. Da referida autora, António Menano chegou mesmo a gravar a Canção do Luar, uma autêntica tela tardo-romântica. À semelhança de outras famílias fidalgas do tempo, a Condessa de Proença dinamizou ao longo dos anos nos seus solares serões potético-musicais e divertimentos de salão a que não faltavam os amadores conimbricenses. Alguns terão decorrido na Foz do Arouce, Lousã. Ela própria compôs obras de aproximação ao reportório da Canção de Coimbra.

O autor da música não será Eduardo Sousa Monteiro, magistrado, mas o escritor, poeta e jornalista José Maria de Sousa Monteiro.

A mulher aborta nos seus próprios pensamentos foi um tema caro às elites letradas e à burguesia endinheirada da Belle Époque. O assunto chegou a ser representado em gravuras arte nova e foi alvo de circulação em revistas e postais.

Transcrição: Octávio Sérgio (2010)
Texto e pesquisa: José Anjos de Carvalho e António M. Nunes

Projecto: recolha, salvaguarda e divulgação do Património Canção de Coimbra

Absorta em MIDI sound bite

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terça-feira, 16 de março de 2010

José Afonso em Cascais

Qual a melhor maneira de recordar Zeca Afonso depois de vinte e três anos ocorridos desde o seu falecimento? Evocar a sua obra através das suas palavras e das suas canções.
E porque não juntar a isto um grande amigo do Zeca? E ainda outro amigo? Quase que apetece dizer que viessem mais cinco, mas foram dois os ilustres visitantes que a Escola Profissional de Teatro de Cascais teve o prazer de acolher na tarde do dia 15 de Março: Durval Moreirinhas e Teotónio Xavier. Através do professor Carlos Carranca e dos alunos da escola, conseguiu-se uma tarde de grande confraternização onde se cantaram canções emblemáticas como "Canto Moço" ou "Os Vampiros", tudo isto graças à mestria dos dois grandes músicos já mencionados. Ouvimos, pela boca dos nossos convidados, histórias que mostram o grande carácter do Zeca e recordámo-lo ainda através de umas palavras escritas por Urbano Tavares Rodrigues no seu último livro. Evocámos ainda dois grandes nomes ligados à canção de Coimbra (e não só): Adriano Correia de Oliveira e Luiz Goes. Tempo ainda para lembrar a guitarra de Artur e Carlos Paredes, e até para tocar uma composição de Almeida Santos.
Um exemplo como o do Zeca não pode ser lembrado apenas em alturas de evocações, é preciso cantá-lo diariamente para alguns eunucos que ainda possam andar por aí; a juventude anda atenta e sussurra baixinho: "...não me obriguem a vir para a rua gritar...".
O nosso património não é apenas feito de pedras, temos um património humano de excelência, uma cultura humana e artística. Lembremos sempre o Zeca, e que nos cantem canções de embalar apenas quando nós quisermos...

Renato Pino, aluno finalista da Escola Profissional de Teatro de Cascais

Para mais fotos, consultar: http://pedrojorgeblogger.blogspot.com/

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segunda-feira, 15 de março de 2010

Museu do Fado

O Museu do Fado dá continuidade ao ciclo SOU DO FADO que conta com uma programação regular de conversas/tertúlias numa perspectiva de preservação da memória, transmissão de saberes e formação de novos valores pelos seus protagonistas.

O guitarrista José Pracana é o condutor destas reflexões fadistas que se desenrolam no auditório do Museu do Fado.

Na tertúlia desta semana José Pracana vai estar à conversa com o construtor de instrumentos Óscar Cardoso.

Próxima tertúlia:
8 de Abril: José Pracana convida Nuno Siqueira e Vicente da Câmara

Novamente um artigo de Jorge Cravo sobre a Guitarra e o Canto de Coimbra, nas páginas do Diário de Coimbra de hoje. Pode ser que a perseverança de Jorge Cravo venha a dar os seus frutos e esta temática comece a ser encarada de modo diferente!

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domingo, 14 de março de 2010

Aqui lhe envio o link de uma composição que o Miguel realizou no âmbito de um trabalho do Conservatório sobre uma música de tipo contemporânea. A ideia foi de reunir clássico e contemporâneo. O Miguel escolheu uma figura política na pessoa de Otelo de Carvalho porque na ideia dele havia convergência entre o personagem e a ideia progressista da cidade de Coimbra. Quanto à técnica utilizada e ainda segundo ele, está no espírito das ideias Coimbrãs.

O título é Fa do Tigre

Fa -porque escrito em fa
do-associação de palavra
Tigre - pseudónimo codificado de Otelo na noite de 25 Abril 74

Henrique Raposo

Os irmãos Miguel e Philippe Raposo estão de parabéns pela composição apresentada. Abrem-se novos caminhos à guitarra, o que é de louvar. Não é uma peça fácil de se apreciar à primeira. Terá que se ouvir mais que uma vez, para se apreciar a sua beleza.

Raúl Peixoto da Costa

Concerto Promenade

Orquestra da EPMVC dirigida pelo maestro Javier Viceiro, tendo como solista o pianista Raúl Peixoto da Costa.

Programa a apresentar:
Missa de A. Dvorak (Kyrie e Credo) e Fantasia
Coral de Beethoven

Hora:Domingo, 21 de Março de 2010 11:30
Local: Coliseu do Porto