sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Grupo de Fado Almedina, no Café Santa Cruz. Eduardo Almeida canta Balada do Mar, de Luiz Goes, acompanhado por Luís Marques na guitarra de Coimbra e Miguel Luís na viola.

Podem ver mais em http://www.youtube.com/user/Heliumslurper

Enviado por Luís Marques

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Guitarras dos Paredes






As guitarras de Carlos Paredes, que foram de seu pai Artur Paredes, voltaram a ouvir-se em Coimbra.
Eu tive o privilégio de as tocar acompanhado pelo meu mestre de há 32 anos, o Dr. Jorge Gomes, um grande vulto da Guitarra de Coimbra.
Momentos únicos na vida!
Manuel Ribeiro
http://www.diariocoimbra.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=6276&Itemid=135

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Sérgio Azevedo vai apresentar "Música com Contos, Os Gnomos de Gnu".

No Museu de Conímbriga, ouviu-se a Canção e a Música de Coimbra.




Realizou-se a 7 de Fevereiro de 2010, pelas 17.00, no auditório do Museu de Conimbriga, uma Serenata de Coimbra, com a presença do Grupo de Canto e Guitarras de Coimbra “Porta Férrea”. À hora referida, a sala do auditório encheu-se e a sessão foi aberta após palavras de boas vindas, do Director do Museu, o Dr. Miguel Pessoa. Agradecendo a presença dos elementos do Grupo “Porta Férrea”, e do público presente, não deixou de mencionar o apoio da Câmara Municipal de Condeixa, que disponibilizou um autocarro, para a deslocação do Grupo e dos seus acompanhantes.

Após as palavras iniciais, os instrumentistas do Grupo Porta Férrea, apoiados pelo amigo, compositor, e guitarrista de Coimbra, Dr. Álvaro Aroso, iniciaram a sua actuação com a composição “Balada de Coimbra”, com música de José das Neves Elyseu, e arranjos, de mestre Artur Paredes.
Os professores José Henrique Dias, e Carlos Carranca, mantiveram um diálogo interactivo e explicativo, com os presentes sobre os temas tocados e cantados, ao qual acrescentaram as suas próprias interpretações, no canto e na poesia. Estavam todos, num fim de tarde de profunda inspiração e a assistência não regateava palmas.
Após palavras de agradecimento, em nome do Grupo, proferidas por José Henrique Dias, coube a Carlos Carranca, fazer a apresentação dos instrumentistas. Assim e de acordo com a posição no palco, da esquerda para a direita, estiveram, Soares da Costa (v), António Toscano (v), Teotónio Xavier (g), Álvaro Aroso (g) e Durval Moreirinhas (v).
Os cantores, iam sendo apresentados à medida das suas actuações.

Carlos Carranca apresenta o primeiro cantor. João Maio que canta “Menina e Moça (Coimbra menina e moça)” com música de Fausto Frazão e letra da primeira quadra, da autoria de Américo Pinto, sendo a 2ª quadra popular. Seguidamente João Caldas, cantou o “Fado Corrido de Coimbra”, com música de autor desconhecido e letra com quadras populares.

José Henrique Dias, proferiu então algumas palavras sobre as origens da Canção de Coimbra, a sua valorização e afirmação junto dos estudantes da Universidade de Coimbra, sem esquecer a sua característica popular. Abordou em particular, o período da chamada Canção de Intervenção, que atingiu o seu período de máxima actualidade, no tempo da luta contra a ditadura, sendo arautos desse tempo, entre outros, José Afonso e Adriano Correia de Oliveira. Recordando a morte do pintor José Dias Coelho, ás mãos dos esbirros da polícia política, da altura, Carlos Carranca cantou “A morte saiu á rua (A morte saiu à rua num dia assim)” com letra e música de José Afonso. O acompanhamento coube a Durval Moreirinhas, que como muito bem realçou Carlos Carranca, foi o último violista de Coimbra, a acompanhar José Afonso.

O Conselheiro Alcindo Costa, cantou em seguida “Canção das Lágrimas (Lágrimas que a gente chora)”, com música de Armando Goes e letra, atribuída, também, a Armando Goes.
Carlos Carranca, intervem, recordando que Luiz Goes só não está ali, por razões ligadas, à frágil saúde do seu sogro, e refere que este escreveu uma carta ao Dr. Miguel Pessoa expressando esse seu desgosto. O Dr. Miguel Pessoa, é convidado a ler essa carta, ao que acede, bastante sensibilizado, com o momento, que não estava previsto no programa. Carlos Carranca recorda de seguida como Luiz Goes era amigo e admirava a figura do Prof. Vergílo Correia, cuja memória paira sobre Conímbriga, como sendo a grande figura impulsionadora de todo este projecto arqueológico e histórico, de dimensão invulgar.
A actuação segue, com a recordação do compositor e guitarrista, João Bagão, ouvindo-se a composição de sua autoria, “ LA menor”, tendo como solista, Álvaro Aroso, num desempenho irrepreensível, a que o auditório respondeu com muitas palmas.

José Henrique Dias, que com Carlos Carranca formou uma dupla interventiva de antologia, que numa poética criteriosa e simples, explicavam, cantavam, interpretavam, divulgando a Canção e a Música de Coimbra. Quase que não há palavras, para descrever os momentos tão agradáveis, que foram proporcionados a todos os presentes.
O Grupo “Porta Férrea”, com interpretações que deliciavam a assistência, mantinha a qualidade dessa tarde de inspiração, a um nível de desempenho invulgar. As palmas ecoavam no auditório, e o silêncio demorava em afirmar-se, para a continuação do espectáculo.

Segue-se um poema do cabo-verdiano Daniel Filipe, musicado por Manuel Freire, inserido na “A Invenção do Amor e outros poemas (Pelo silêncio na planície)” dito e cantado, de forma quase que sublime, pelo Prof. José Henrique Dias.

Um pouco mais á frente, anuncia-se a presença de uma lenda viva de Coimbra, na pessoa do Dr. Augusto Camacho Vieira, que tem de aguardar para cantar, até que as palmas que se fizeram ouvir, quando se anunciou o seu nome, permitissem a continuação do canto e da música. Cantou com letra sua e arranjo musical de Alexandre Bateiras “ Balada à Figueira (Lá vai a barquinha ao longe)”.
Segue-se Carlos Carranca, e a récita da poesia “A mulata”, de Armando Rodrigues, que retrata com particularidades satíricas, a presença da corte e de D. João VI, no Brasil, e na sua chegada a Paquetá.

Ouviu-se então, um instrumental, a “Canção da Bencanta”, música de José Elyseu. tendo Teotónio Xavier, como solista, esta grande referência, este discípulo de mestre Artur Paredes, numa interpretação feliz, ao melhor estilo do mestre, com uma qualidade interpretativa soberba, magnífica.

José Henrique Dias, aproveita um momento de ligeira pausa, para se dirigir à Presidente da Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra, em Lisboa, a Dra. Fátima Lencastre, agradecendo em nome de todo o Grupo, a sua presença e o seu insubstituível apoio, sublinhando a sua dinâmica, empenhamento, entrega e trabalho, na direcção da Associação. Um forte aplauso de todos, mostrou a concordância geral, para esta intervenção tão justa e oportuna.

João Caldas, canta “Samaritana (Dos amor’s do Redentor)”, com letra e música de Álvaro Cabral, e a seguir, Carlos Carranca, canta o seu poema “Fátria (Onde o lugar)”, a partir de uma composição de António Toscano.
Evocando Luiz Goes, Carlos Carranca e José Dias cantam a “Balada da Distância (Partir, partir …)”, com letra e música de Luiz Goes. Depois Carlos Carranca declama o poema de Manuel Alegre, “As mãos (Com as mãos se faz a paz se faz a guerra)”, recebendo palmas e mais palmas. O auditório não escondia o carinho muito especial, pela pessoa de Carlos Carranca. Diga-se de passagem que o espectáculo fora adiado, para que fosse possível contar com este homem, alma nobre e sensível, de dimensão invulgar, que constitui já hoje uma grande referência, no panorama cultural nacional.

A sessão continua com Alcindo Costa, a cantar “Balada para um amor ausente (Meu amor disse que eu tinha)” com letra de Manuel Alegre e música de António Portugal, seguido de José Henrique Dias cantando “Canção com Lágrimas (Eu canto para ti um mês de giestas)” com letra de Manuel Alegre e música de Adriano Correia de Oliveira.
O final aproxima-se, com Carlos Carranca, recitando “Liberdade (- Liberdade, que estais no céu …)” de Miguel Torga.
Depois o Dr. Camacho Vieira canta “Velas do Mondego (Coimbra só te não ama)”, com letra de Luiz Goes e música de António Toscano.
A pedido, Carlos Carranca recita ainda, a “Ode ao futebol (Rectângulo verde, meio de sombra meio de sol)”, de Tossan. Canta em seguida, “Canção para quem sonha (Tu que tens dez reis de esperança e de amor)” um poema de Leonel Neves, musicado por Luiz Goes. O auditório acompanha o canto, com um entusiasmo verdadeiramente indescritível.

E chegados ao fim deste espectáculo memorável, as palavras finais de José Henrique Dias, agradecendo a todos, vão deixando de se ouvir, diluídas no delírio de palmas, que ecoavam vibrantemente. A seguir, ouve-se na sala, um fortíssimo FRA, incorporado do espírito académico mais sentido, que ficando a ecoar no coração dos presentes.

Abraços e mais abraços, num academismo solidário e fraterno, são dignos de uma viagem no tempo, da Conímbriga de ontem, à Coimbra de hoje. Um hino de amor a Coimbra, ao Mondego, às suas gentes, aos estudantes e à sua Universidade. Ao seu Canto e à sua Música.

Bem Hajam

Manuel Marques Inácio
16.02.2010
(Enviado por Rui Lppes)

Duas Canções com melodia desconhecida

NOITE DE MAIO

Música: Alice de Almeida
Letra: E. Miranda
Incipit: Do alto céu o luar
Origem: Coimbra
Data: 1922?

Do alto céu o luar
Mandou para a terra um beijo
Andam risadas no ar
Amor... um sonho... um desejo...

Treme a folhagem... as rosas
Ouvem segredos sem q’rer...
Tantas coisas mist’riosas
Que nem as sabem dizer...

CORO

Soluça a água nas fontes,

Murmura o rio baixinho
Das altas serras, dos montes,
Desce o luar de mansinho.

Informação complementar:


Serenata impressa no folheto Canções do Rancho Infantil da Rainha Santa Izabel, Coimbra, 1932. Não foi possível resgatar a melodia.

Recolha e texto: José Anjos de Carvalho e António M. Nunes


MONDEGO ENAMORADO

Música: Miguel Guenaga
Letra: Joaquim de Almeida
Incipit: Mondego p’ra onde vais
Origem: Coimbra
Data: 1922

Mondego p’ra onde vais
No teu lento caminhar?
Venho de longe, da Serra,
E vou seguindo p’ró Mar.

Ó meu pobre caminheiro,
Porque vais tu a chorar?
É p’las saudades que sinto
Dum amor que vou deixar
.

CORO

Vinha comigo a Alegria,
Aqui a deixo ficar,
Tristemente vou seguindo,
Pois não torno a voltar...

Mas aos salgueiros eu peço
Que te fiquem a guardar...
Coimbra quem pode ver-te
Sem por ti se apaixonar!

Informação complementar:

Balada estreada pelo Rancho Infantil da Praça Velha nos festejos da Rainha Santa Isabel, em Julho de 1922.
Letra impressa no folheto Canções do Rancho Infantil da Rainha Santa Izabel, Coimbra, 1932, pág. 3. Não foi possível aceder/recuperar à respectiva melodia.

Pesquisa e texto: José Anjos de Carvalho e António M. Nunes

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Jorge Cravo volta a dissertar sobre os problemas da Guitarra e Canto de Coimbra. Diário de Coimbra de ontem.

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