sábado, 12 de setembro de 2009

INSCRIÇÃO NA INICIATIVA: ARTES PLÁSTICAS 80 ANOS DE ZECA

Convidamos os artistas que se queiram associar às comemorações dos 80 anos do nascimento de José Afonso, a apresentar obras de Desenho, Pintura, Escultura, Vídeo arte, Multimédia, Fotografia.

Nome do autor: _______________________________________________________

Nacionalidade: _______________________

Email: ______________________________ Tf: _____________________________

Tipo de obra: _________________________________________________________

Descrição da obra: _____________________________________________________

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Anexar Curriculum e portfólio digital.. A confirmação da inscrição será enviada para o Email fornecido.

Nº de obras por autor: 1 – uma

Dimensões máximas: aprx 1x1x1m

Inscrição: 10 € que contempla transporte de ida e volta da obra para a Galiza.

Os promotores desta iniciativa decidiram que da receita resultante da venda das obras expostas, 60% reverterá para os artistas e o restante, descontadas eventuais despesas devidamente documentadas, será entregue como donativo ao núcleo do norte da Associação José Afonso.

Entrega das obras até 31 de Dezembro de 2009.

As obras de artistas residentes em Portugal, serão expostas nas galerias do Império da Girafa. As obras de artistas da Galiza, serão expostas em Cangas. Ao fim de 15 dias, as obras da Galiza vêm para o I.G. e vice-versa, durante mais 15 dias.

(Porto ou Galiza, e data)

O Império da Girafa http://oimperiodagirafa.blogspot.com/

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Victor Nunes homenageado em Coja. Diário de Coimbra de hoje, com texto e foto de Isabel Duarte

quinta-feira, 10 de setembro de 2009


Memorial José Afonso e respectivo programa.

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quarta-feira, 9 de setembro de 2009



Irmãos Raposo (Philippe e Miguel) em três vídeos com Guitarra de Coimbra:

Variações em Ré menor de Gonçalo Paredes (Coimbra e o Mondego), Capricho em Lá de Octávio Sérgio (incompleto), Valsa do mês de Maio de Eduardo Aroso, Estudo em Lá de António Brojo e Divertimento de Carlos Paredes.

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Ciclo Anteriano

Venho por este meio convidá-los a estarem presentes no próximo espectáculo do "Ciclo Anteriano", a ter lugar no próximo Sábado, dia 12 de Setembro, às 21.30H na Biblioteca Municipal de Santa Maria da Feira.
Gostaríamos muito de poder contar com a vossa presença.

Miguel Leite

Contactos:
Telemóvel - 919 303 004;
Telefone/Fax: 253 554 064;

Vai começar mais um ano lectivo e novos caloiros vão aparecer. Este texto, de Maria João Santos, do Diário de Coimbra de hoje, é para aqueles.

José Afonso evocado no Cartaxo, com o grupo de Guitarra e Canto de Coimbra Toada Coimbrã.

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terça-feira, 8 de setembro de 2009

Mais uma noite com Guitarra e Canto de Coimbra, agora com o grupo Fadvocal.




Luís Filipe na sua oficina no Cartaxo, com a nova guitarra para José Ourives quase pronta e em cima da banca aquela que me é destinada, ainda sem braço.

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segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Raúl Peixoto da Costa / Piano
7 Setembro 2009, 17h30m
Museu da electricidade
Av. Braília, Central Tejo
Lisboa

Programa:
Chopin: Nocturno op 9 nº3
Scriabin: Nocturno p/mão esqª
Liszt: Rapsódia Húngara nº4
Prokofiev: Sugestão Diabólica.

HOMENAGEM A VICTOR NUNES

Incumbiram-me os meus colegas da Tertúlia do Fado de Coimbra de dirigir algumas palavras a um companheiro que, nesta noite, é um companheiro para quem olhamos de forma diferente – o Victor Nunes. Neste momento, porém, não podemos esquecer um outro colega nosso, o Nuno de Carvalho, falecido no passado mês de Julho que, não estando fisicamente aqui, em espírito partilha certamente esta celebração de amizade, que também o enche de alegria. Outro companheiro nosso, José Miguel Baptista, não podendo estar presente por compromissos inalteráveis, nos pediu para não deixarmos de recordar ao Victor Nunes a memorável viagem de 50 dias aos EUA do Orfeon Académico de Coimbra, onde começou a longa caminhada fraterna que os vem unindo, e que nesta hora também o abraça.
É gratificante verificar, nos dias que correm, o reconhecimento público, como este que estamos a festejar, a alguém que na sua vida não tem tido cartões deste ou daquele clube, que nunca foi candidato a isto ou àquilo, que nunca procurou currículo na militância do pedantismo social. No entanto, sempre lhe conhecemos a militância no mais alto ideal, uma militância interior, que é a de estar sempre disponível para servir o seu amigo, a sociedade, enfim, quaisquer que sejam as solicitações, sejam elas vindas de meios ditos intelectuais sejam as do povo simples.
O Victor Nunes está sempre disponível para cantar, independentemente das chamadas “contrapartidas”. Sempre o conhecemos assim. E deve-se sublinhar que esta não é uma disponibilidade qualquer. Ele não está disponível em consequência de um processo de fuga ou escape (quem foge ou tenta escapar, mais tarde ou mais cedo é apanhado…).
Que se saiba, o Victor gosta de estar em casa, sente-se feliz na companhia da sua família, e também não precisava de cantar para que o trabalho lhe corresse melhor, ou para colher outros benefícios… O Victor está disponível, melhor dizendo, é disponível, porque nasceu assim, porque é do seu coração ser assim. Que felicidade!
Temos o prazer de ter o homenageado desta noite como componente e fundador da Tertúlia do Fado de Coimbra, o grupo mais antigo de Fados de Coimbra que actualmente existe no País. Não dizemos que tem os mais velhos a cantar e a tocar música de Coimbra, dizemos que a Tertúlia existe como grupo, em actividade ininterrupta, há quase 40 anos. Quase quatro décadas, no lema camoniano «cantando, espalharei por toda a parte», tendo sempre por «decano» o Victor Nunes. Conhecemo-lo ainda antes do final da década de 60. Eu tinha dezasseis, dezassete anos, e ele pouco mais de trinta. Na altura, cantava em programas com a antiga orquestra da FNAT, dirigida pelo maestro Manuel Elyseu, filho de José Elyseu, autor da célebre Balada de Coimbra. O Victor levou-me para lá. Corríamos as Casas do Povo e os pátios das aldeias da zona centro; tocávamos onde calhava. Depois veio o ciclo do Orfeon Académico e a Tuna (embora o Victor já lá cantasse e tivesse conhecido o Zeca e o Goes, entre outros). Entretanto, a Tertúlia do Fado de Coimbra nascia com a entrada do José Carlos Teixeira e, posteriormente, do Álvaro Aroso. No festival internacional de Coros organizado pelo Orfeon Académico, conhecemos o José Miguel Baptista e o Nuno de Carvalho, que chegara até nós vindo de Famalicão. A raiz estava a crescer, uma amizade que se cimentava em força, e afinidades estéticas e musicais faziam-nos atrair. E vieram então o Joaquim Matos o Mário José de Castro e o Zé Paulo, concluindo o perfil definitivo do grupo.
Quando, um dia, a história do fado de Coimbra se fizer com imparcialidade e com objectividade – se é que algum dia se fará! – terá que se escrever que o grupo de fados que o Victor Nunes ajudou a criar e ao qual sempre pertenceu, nunca deixou de cantar e tocar na rua ou em palcos, pese embora os pontos de vista políticos e sociológicos que se ditavam, antes de Abril e nos três anos subsequentes. Não vamos discutir agora a quem serve a arte, se há ou não arte pela arte, ou arte pela sociedade. Certo, certo é que a arte, neste caso a música, serve a quem livremente a gosta de a cultivar e usufruir e a quem a cria e interpreta, ou seja, neste caso, quem escuta um fado com os ouvidos da alma e a quem o toca e canta com o coração! Nós sabemos, todos sabem, que nos anos posteriores a 1974, afinal, o canto e a guitarra vêm a ser reconhecidos como identidade inalienável de Coimbra, inscrevendo-se no perfil cultural do país. Tinha acabado o “hiato oficial”, sem nunca no coração de alguns ter existido hiato. E em 1978, o nosso colega da tertúlia José Carlos Teixeira sugere ao então responsável pelos Serviços de Turismo de Coimbra, a realização de um encontro de cantores e guitarristas, a nível nacional, com todas as gerações ainda vivas de intérpretes, facto que felizmente foi um êxito, sob a forma de “1º Seminário do Fado de Coimbra”. Tinha acabado o medo; as vozes e as guitarras regressado à Sé Velha; os discos aos programas de rádio.
Por esta altura, a convite dos Serviços de Turismo de Coimbra, a Tertúlia, com o Victor a cantar «Ondas do Mar», grava o primeiro disco de fados de Coimbra depois do 25 de Abril e participa, sempre com a Tertúlia, e com a presença de outras figuras e grupos, no primeiro programa televisivo, também depois de Abril.

Entretanto, isto é, durante a década de 70, a Tertúlia inaugura as Serenatas de Coimbra no Algarve, que alimentou ininterruptamente durante 10 anos, que se mantiveram, com outros grupos, por mais anos, embora em moldes e contextos bem diferentes dos iniciais.
Das viagens nem é bom começar, porque, por muito agradáveis que fossem as descrições e histórias, para os caros amigos aqui presentes, seria cansativo e extenso o relato. Mas se tempo houvesse, seria quase missão impossível!
O Victor cantou para reis, imperadores, rainhas, princesas, clérigos e para as pessoas simples do povo. Muitas delas não sabendo uma nota de música entendiam e entendem ainda a mensagem que ele continua a transmitir, isto é, o sentimento pessoal que sempre molda aquilo que canta. Ele é uma espécie de lavrador que pode nem sempre manobrar a tesoura de podar com a técnica do manual de instruções, mas que a videira fica podada, isso fica! E a vara geme e depois dá sumo. E dá vinho, que ele reparte fraternalmente. Apesar do Victor também apreciar um bom vinho, esse licor da videira a que me referi é outro, é o licor da metáfora, o fermento de qualquer verdadeira confraria! Porque não há confraria desta ou daquela comida, desta ou daquela bebida, se não existe antes a real confraria dos sentimentos, do frade com o outro frade, de irmão com irmão. E que especialidade é esta? É o licor da disponibilidade que o Victor tem naturalmente, o estar sempre pronto, porque sabe da alegria de comunicar através do que canta.
Esculca, Coja… terras que têm dado homens de têmpera, como o Victor. E só pessoas de têmpera podem ajudar a temperar este mundo tão destemperado. Esperemos assim que o Victor continue a temperar…
Caros amigos, muito se fala actualmente em instituições de utilidade pública. Se é verdade que os indivíduos juntos operam mais e melhor do que isolados, o certo é que o verdadeiro valor individual, mesmo quando evidente, actualmente tende a não ser reconhecido, nem sequer notado, já que a época costuma ser para heróis aberrantes e fúteis. Mas, pela solidariedade, dotes de “ave canora” e disponibilidade para o serviço, deste nosso homenageado, bem se poderia dizer, contrariando certa rotina de pensamento, que o Victor Nunes é um indivíduo de utilidade pública, , o mesmo é dizer de benefício público. Oxalá não lhe cobrem nenhuma taxa por isto, ou lhe exijam algum papel!...
Por tudo isto e o mais - o muito mais que ficou por dizer - não podemos terminar sem contudo lhe outorgarmos um merecido título. A autoridade para tal não decorre de currículo académico, institucional ou outro. Decorre do currículo da sua vida em prol da bela causa que é a de cantar Coimbra, cantar Portugal, cantar um modo singular de estar no mundo. Por isso, em nome da Tertúlia do Fado de Coimbra, outorgamos a Victor Gonçalves Nunes, o título de Doutor Honoris Causa, perdão, Cantor Honoris Causa. É com toda a amizade e reconhecimento que, já de seguida, lhe entregaremos uma pequena lembrança em cuja face se pode ler «Ao Victor Nunes, dos companheiros da Tertúlia do Fado de Coimbra 5-09-09».
Antes, porém, de o fazer há que acrescentar o seguinte: temos por costume adoptar o conselho da frase de Fernando Pessoa «A palavra falada é um acto social; a palavra escrita é um acto cultural, civilizacional». Por isso, resolvemos escrever. Para que conste. Modestas mas sinceras palavras que, prazenteiramente, colocamos nas mãos do Victor, e que estarão disponíveis a partir de agora. Poderia ser de outra maneira, para um homem cujo lema tem sido o de estar sempre disponível?

Coja, 5-9-09

A Tertúlia do Fado de Coimbra

Eduardo Aroso,
José Carlos Teixeira,
Álvaro Aroso,
José Miguel Baptista,
Joaquim Matos,
José Santos Paulo
(texto de homenagem ao Victor, em Coja, em 5-9-09)

domingo, 6 de setembro de 2009



Homenagem a José Afonso, ontem, na Casa da Cultura, em Coimbra. Com a moderação de Jorge Cravo, falaram da música de José Afonso, Rui Pato e Manuel Rocha. Foi uma tarde muito produtiva, já que Manuel Rocha, fez uma análise bastante exaustiva da música daquele, sendo completado por Rui Pato que, além de nos dar uma panorâmica do que foi o seu estar com José Afonso, ainda nos brindou com a leitura, em primeira mão, dos postais de José Afonso a seu Pai, o jornalista Rocha Pato, já falecido, através da qual se ficou melhor inteirado sobre a vida do Zeca num período complicado da sua vida.

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NOITADAS DE COIMBRA


Música: Pereira Duarte
Letra: Augusto Victor
Origem: Coimbra
Data: 1919

(1.ª)
Ó noitadas de Coimbra,
Ó tempo de mocidade,
Hei-de lembrar-me de vós
Hei-de chorar de saudade.

(2.ª)
E do sombrio Choupal
Onde as gentis tricaninhas
Cantam alegres envoltas
Nas vossas capas velhinhas.

(3.ª)
O luar é testemunha,
Destas noitadas tão belas.
Muito juntinho ao Mondego
Tomam ambos parte nelas.

(4.ª)
Passam em bandos as tricanas,
Cantando lindas canções
E suspirando por elas
Sofrem tristes corações.

(5.ª)
Sibilando, o vento norte
Beija as remotas moradas
E as faces meigas, belas,
Das nossas lindas amadas.

(6.ª)
E nestas noites saudosas,
Onde reina a escuridade,
Passa chorando a velhice,
Passa rindo a mocidade.

(7.ª)
E ao longe, junto ao Mondego,
No silêncio da noitada,
Ouve-se a voz do estudante
Ao choro da guitarrada.

(8.ª)
Ó guitarra chora, chora,
Não te canses de chorar,
Porque tempo como este
Nunca mais torna a voltar.

Nas coplas 1, 3, 5 e 7, os dísticos cantam-se e repetem-se. Nas 2, 4, 6 e 8 as quadras cantam-se de seguida e sem repetições de versos.

Informação complementar:
Composição com duas partes musicais, em compasso quaternário (4/4), com a primeira parte na tonalidade de Ré menor e a segunda em maior.
A melodia é afadistada ou fadográfica, remetendo sem grandes subterfúrgios para o padrão melódico do fado corrido.
A letra, constituída por oito coplas, é francamente desinteressante, tanto mais que foi feita no momento em que a Europa acabara de sair de um conflito armado e os efeitos da “gripe espanhola” marcavam a demografia a ferro e fogo.
Os autores terão sido membros da Xaranga Pitagórica, um agrupamento académico burlesco e goliardo fundado na década de 1890 pelo estudante Diogo Polónio, como parece deixar antever a dedicatória estampada na capa “Dedicado à Sinfónica Xaranga de Pitágoras de 1918-1919”.
Edição musical da casa Sassetti & C.ª, Rua do Carmo n.º 56, Lisboa, impressa na Lit. Monteiro, travessa das Pedras Negras, 1, Lisboa, que também se comercializou no Brasil. A partitura recolhida tem assinatura caligráfica de Arminda Barros, Lisboa, e data de 20.06.1921.
Não confundir esta composição com o tema Noitadas de Coimbra (Se Coimbra fosse minha) interpretado por Fernando Machado Soares no programa televisivo Canção de Coimbra. Anos 80, editado pela RTP em Agosto de 1990, cuja autoria se desconhece e que no referido programa vinha sumariamente indicada como "popular".
Transcrição: Octávio Sérgio (2009)
Pesquisa e texto: José Anjos de Carvalho e AMNunes