sábado, 18 de dezembro de 2010







Grupo "Raízes de Coimbra", em Braga, no passado dia 4 deste mês de Dezembro. Foram as homenagens a Seabra Santos, Laborinho Lúcio, Linhares Furtado, Víctor Aguiar e Silva, José Sampaio e Norberto Canha. Actuaram José Ourives e Octávio Sérgio em guitarra de Coimbra, Humberto Matias e Armando Luís de Carvalho Homem em viola, Rui Lucas, Mário Rovira, Heitor Lopes e Jaime Leite a cantar. Fotos de Isabel Carvalho Homem.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

PAISAGEM SONORA DAS SERESTAS DE DIAMANTINA (BRASIL)

Uma proposta de audição

O Dr. Fernando Marques ouviu e sugeriu uma audição atenta aos seguintes links com registos fonográficos de serenatas tradicionais de Diamantina, Minas Gerais, comunicados no ciberespaço através do blogue http://paraisodasvariedades.blogspot.com/2010/09/kinksmania-musicas-grupo-de-seresta .
As gravações realizadas pelo Grupo de João Chaves de Montes Claros entre 1968-1979 espelham uma realidade vocal, poética e instrumentística que, no mínimo, convida a uma aliciante comparação com a paisagem sonora das serenatas da cidade de Coimbra, reenviando para posturas vocais e instrumentísticas anteriores ao processo de ultra-romantização a que foi sujeita a Canção de Coimbra. Falamos das celebradas serenatas-bandolinatas que os académicos davam nas ruas da Alta e nas barcas que sulcavam o Mondego na época de veraneio. Mas não só. Também das serenatas fluviais que os populares da cidade faziam no Mondego e das cantorias interpretadas nos intervalos das danças dos arraiais de São João Baptista.
Do que se diz não fica tudo dito, pois que o caprichoso bandolim e a solene melancolia das vozes em peças como Lua Branca mergulham-nos numa atmosfera serenateira muito açoriana que ainda hoje se pode ouvir em cantorias dadas na Ilha Terceira ao som da viola da terra.
Continua a faltar uma acareação entre os cultores e os estudiosos destes géneros e práticas musicais que parecem ter partilhado um fundo comum antes de cada qual seguir seu caminho.

1 - Grupo de Seresta João Chaves de Montes Claros - Modinhas ( 1978)
Há 39 anos o então Grupo de Seresta de Montes Claros - que, em 1968 passou a se Chamar Grupo de Seresta João Chaves – ganhava, em Ouro Preto, o 1º Concurso de Serenatas. Participaram desse grupo o violão de Sinval Fróes, o bandolim de Sebastião Mendes (Ducho) e as vozes de Celestino da Cruz (Telé), João Leopoldo França, Nivaldo Maciel, Clarice Maciel, Josefina de Paula, Maria de Lourdes Chaves (Lola), Selma Abreu e Teresa Maia Cunha, com direção de Hermes de Paula.
E la vai mais um discão, diretamente de Montes Claros, Modinhas foi o segundo álbum lançado pelo selo Marcus Pereira.
Modinha é um diminutivo de moda, tipo mais antigo de canção portuguesa. Mário de Andrade, em Modinhas Imperiais escreveu: ¨É jeito luso-brasileiro acarinhar tudo com diminutivos.
A palavra modinha nasceu assim. Assim também por razões de carinho, de choro nasceu o chorinho.
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Lado A
01 – Perdão, Emília – Clarice Maciel e João Leopoldo França
02 – O Gondoleiro do Amor – João Leopoldo França
03 – Ave Ferida – Adélia Miranda
04 – Saudade – Clarice Maciel
05 – Lua Branca – Luiz Procópio Andrade
Lado B
01 – Elvira Escuta – Nivaldo Maciel
02 – Stella – Nivaldo Maciel
03 – Na Casa Branca da Serra – Raimundo Chaves
04 – Acorda Minha Beleza – Nivaldo Maciel
05 – Chuá, Chuá – João Leopoldo França

2 - Grupo de Seresta João Chaves de Montes Claros - Música Popular do Norte de Minas Gerais (1979)

Lado A
01 - Chuá Chuá – Pedro As Pereira, Ari Pavão e J.Leopoldo França
02 – Saudade –Jaime Redondo e Clarice Maciel
03 - Elvira Escuta – DP. Folclore Mineiro – Nivaldo Maciel
04 - Ave Ferida – Hermenegildo Chaves, João Chaves e Adélia Miranda
05 – Sonho - Hermenegildo Chaves, João Chaves e Raimundo Chaves
Lado B
01 - Luar do Sertão – Catulo Paixão cearense e Adélia Miranda
02 - Lua Branca – Chiquinha Gonzaga e Nivaldo Maciel
03 - Só tu não Pensas em Mim - DP. Folclore Mineiro, clarice Maciel e Josefina de Paula
04 - Alma Cabocla – Dulce Sarmento e João Leopoldo França
05 – Stela – Ademar Tavares e Nivaldo Maciel

3 - Grupo de Seresta João Chaves de Montes Claros - Música Popular do Norte de Minas Gerais (1979)

Lado A
01 - Fazendeiro Rico - Grupo de Seresta João Chaves
02 - Cadê Papai? - Grupo de Seresta João Chaves
03 - ABC do ABC - Josefina de Abreu Paula e João Leopoldo França
04 - Casa Santa (Cálix Bento) - Grupo de Seresta João Chaves
05 - Canto de Folia - Grupo de Seresta João Chaves
06 - Aboio - Nivaldo Maciel e Gilberto Câmara
07 - Rosa Branca - Grupo de Seresta João Chaves
Lado B
01 - Na Lagoa Que Tem Léu - Nivaldo Maciel
02 - Barca Nova - Grupo de Seresta João Chaves
03 - Antoninho e o Pavão do Mestre - Tino Gomes
04 - A Velha - Nivaldo Maciel
05 - Aquarela Sertaneja - Grupo de Seresta João Chaves

4 - Grupo de Seresta João Chaves de Montes Claros - Ouro Preto e Serenata (1970)

Lado A
01 – Camélia – Folclore Mineiro / Solista - João Leopoldo França
02 – Lágrimas do Passado – Folclore Mineiro / Solista - Celestino Soares Cruz
03 – Na Casa Branca da Serra – G. Passos e M. Pestana / Solista – João França
04 – Eterna Lembrança – João Chaves/ Solista – Celestino soares Cruz
05 – Quebrei A Jura – Catulo da Paixão Cearense / Solista Nivaldo Maciel
Lado B
01 – Pout-Pourri do Folclore Mineiro
02 – Sonhei Que Dormia – Folclore Mineiro / Solista - Nivaldo Maciel
03 – Saudades – Casemiro de Abreu e Lola Chaves
04 – Sereno da Madrugada – Folclore Mineiro / Solista - Clarisse Maciel

5 - J.K. em Serenata (1968)
Filho de Diamantina Juscelino adorava serenata, em especial quando se cantava o "Peixe vivo", canção folclórica que acabou se convertendo numa espécie de hino com que Juscelino era saudado em toda parte. Em 1968, por iniciativa do amigo e antigo assessor Serafim Jardim, gravou texto de apresentação para este disco – JK em serenata – de seresteiros diamantinenses. Amante das artes, Juscelino Kubitschek tinha gosto musical variado. Mas a predileção era por modinhas e valsas, que costumava ouvir nas serenatas feitas por grupos de seresteiros em Diamantina (MG), no Catetinho e até no Palácio da Alvorada. Sempre na interpretação de Dilermando Reis, mestre do violão e grande amigo do ex-presidente.

Lado A
01 – Mensagem de JK
02 – Recorda-te de Mim – Marina Higina
03 – É A Ti Flor do Céu – Modesto A. Ferreira e Dr. Teodomiro A. Pereira
04 – Meiga Virgem – Folclore Diamantinense
05 – A Sempre Viva – França Junior
Lado B
01 – Varrer-te da Memória – Folclore Diamantinense
02 – Elvira Escuta – João Marcelo de Andrade
03 – Impossível – Marina Higina
04 – Pout-Pourri – Folclore

António M. Nunes

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Artur Paredes vai ser homenageado com o seu nome numa rotunda da cidade. Diário de Coimbra de hoje.

Anthero da Veiga


 Faz hoje 50 anos que morreu Anthero da Veiga. Em cima, uma pequena biografia extraída do livro de José Niza, "Fado de Coimbra II", da edição Um Século de Fado, da Ediclube, de 1999.

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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Barros Madeira canta, acompanhado por Levy Baptista, em Luanda, numa digressão com o Orfeon Académico, no ano de 1960. Foto enviada por José Maria Oliveira.

José Afonso - Todas as Canções

Mais uma vez se anuncia o lançamento do livro com as músicas de José Afonso. Foi Rui Pato que me enviou este e-mail:
Tenho muito orgulho em ter participado nesta obra, ajudando o João Lóio que me distingue com um agradecimento no final do livro:
Trata-se duma edição da Assírio & Alvim, em que Guilhermino Monteiro, João Lóio, José Mário Branco e Octávio Fonseca, reuniram 159 canções do Zeca e transcreveram os poemas, acompanhados das partituras e das cifras, optando pela transcrição fidedigna dos registos fonográficos, tendo sido consultados muitos dos músicos que participaram nas gravações. Foi uma obra que demorou alguns anos a concluír, muito rigorosa, constituindo um contributo fundamental para o conhecimento da obra de José Afonso.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Mestre Artur Paredes na toponímia da cidade

Trinta anos sobre o falecimento daquele que é considerado o “Pai da Guitarra de Coimbra”, ocorrido no dia 20 de Dezembro de 1980, a Câmara Municipal de Coimbra homenageia Mestre Artur Paredes, com o descerramento de uma placa toponímica, sábado, pelas 11 horas, na confluência da Av. Elísio de Moura com a Rua general Humberto Delgado – rotunda Artur Paredes – e, a partir das 14h30, na Casa Municipal da Cultura com a realização de um colóquio/debate sobre este guitarrista de Coimbra, com a participação de alguns convidados e a colaboração da Secção de Fado da AAC.
        De salientar que, na próxima sexta-feira, pelas 18h, será inaugurada, também na Casa Municipal da Cultura, (Galeria Ferrer Correia), uma exposição biodiscográfica sobre Artur Paredes. Estarão em exposição, para além de outro material, três guitarras que lhe pertenceram e que foram legadas por seu filho, Carlos Paredes, ao Município de Coimbra. Esta exposição ficará patente até 31 de Janeiro de 2011.
        Artur Paredes nasceu em Coimbra, freguesia de Santa Cruz, em 10 de Maio de 1899, faleceu em Lisboa com 81 anos de idade. É o grande responsável pela afirmação de uma guitarra solista, ao lado de uma nova guitarra de acompanhamento da Canção de Coimbra, fruto das grandes inovações práticas, como executante, e de construção, como ideólogo, que trouxe à Guitarra de Coimbra.
        Responsável pela emancipação desta guitarra face à sua congénere de Lisboa, para além da interpretação de temas populares, o seu repertório criado e gravado representa um dos primeiros repertórios originais solistas para Guitarra de Coimbra.
Jorge Cravo

domingo, 12 de dezembro de 2010

Um guitarrista esquecido


O Dr. Joaquim Manuel Correia, natural do Sabugal, nasceu em 1858 e faleceu em 1945. Formado em 1889 na Faculdade de Direito da UC, dedicou-se à advocacia nas Caldas da Rainha, à causa republicana, às letras, à etnografia e à arqueologia.
Deixou obra científica de vulto, relembrada nos finais da década de 1950 pela equipa da revista Rua Larga. O que essa revista não disse, nem vazaram em memórias os seus condiscípulos, foi que JMC foi um serenateiro de gema na qualidade de executante de guitarra do tipo portuense.
Sabe-se agora, que além de ser chamado para tocar em serenatas dadas na Alta de Coimbra, também chegou a acompanhar a voz do principiante viseense Augusto Hilário.
Boa surpresa, a Câmara Municipal do Sabugal evocou condignamente o nascimento do Dr. JMC em 27 de Março de 2008, com a presença de uma neta.
Presentes na sala do Museu Municipal do Sabugal, em cima duma cadeira, a capa e a guitarra desse esquecido vulto da Canção de Coimbra. O instrumento parece estar em boas condições e convida dedos habilidosos.
Um vídeo ajuda a mergulhar no ambiente que assistiu às comemorações e a visualizar a guitarra que é bem o modelo portuense descendente da guitarra inglesa: http://www.youtube.com/watch?v=Df98wQWSegc

António Manuel Nunes